sexta-feira, 22 de julho de 2011

Etta James



Para o fim de semana, uma dose reforçada de Etta James, não tem erro!
Diretamente de um tempo em que peitos, narizes, cabelos e vozes eram naturais, você tinha ou não tinha, e ninguém limpava e manipulava o que foi gravado. Beyonce bem que queria....

 I just want to make love to you 

 At last 

The very thought of you

 Sunday kind of love

I want a Sunday kind of love
A love to last past Saturday night
And I’d like to know it’s more than love at first sight
And I want a Sunday kind of love

I want a a love that’s on the square
Can’t seem to find somebody
Someone to care
And I’m on a lonely road that leads to no where
I need a Sunday kind of love

I do my Sunday dreaming, Oh yea
And all my Sunday scheming
Every minute, every hour, every day

Oh I’m hoping to discover
A certain kind of lover
Who will show me the way

And my arms need someone
Someone to enfold
To keep me warm when Mondays and Tuesdays grow cold
Love for all my life to have and to hold
Oh and I want a Sunday kind of love

I don’t want a Monday, Tuesday, or Wednesday, or Thursday, Friday or Saturday
Oh nothing but Sunday oh yea
I want a Sunday Sunday
I want a Sunday kind of love
Oh yea
Sunday, Sunday, Sunday kind of love

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o portal



































Emprestei esta imagem do perfil de um amigo do facebook, porque achei demais.
Este Tori é feito de madeira, e por mais que haja madeiras de lei, resistentes e o escambau, suportar uma explosão atômica e um terremoto, e ficar ali, ereto, firme, a  única coisa intacta no campo visual do desastre tem que ser um sinal. Mesmo castigado, destruído, dominado, este povo ainda está sob a proteção das suas divindades.

Símbolo dos santuários shintoístas, o Tori representa a divisão entre o mundo comum e o mundo divino.
É a porta de entrada, feita de madeira, sem qualquer telhado ou muros anexados, formada por duas colunas ligadas por duas vigas; as colunas representam os alicerces que sustentam o céu, enquanto que as vigas simbolizam a terra.

Eu sempre acreditei em sinais, eu acho que muitas vezes nossos protetores e outros amigos de dimensões diferentes tentam nos mostrar coisas. Nem sempre percebemos, é claro.

Me lembro da delicadeza de uma cena do Romeu e Julieta de Zefirelli, quando eu  ainda era adolescente, o diretor incluiu um sinal discreto na cena em que Romeu desesperado pede ajuda ao padre para o plano macabro de se fingir de morto. O padre fica na dúvida, e então vê um ramo de flor silvestre com duas flores miúdas amarelas unidas, e entende que deve fazer o que ele pede.

Num mundo onde o concreto, provado, mensurável e óbvio dá o tom de "certo", é dificil aprender a ver e principalmente confiar em sinais. É preciso aprender a ficar aberto a eles.

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sábado, 9 de julho de 2011

O Livro dos Vivos

Hoje é 9 de Julho, e nós aqui do Estado de SP temos acessos de memórias de familia, ligadas às Revolução de 1932. Eu me lembro de ouvir estórias de como minha avó ficou sozinha com um bando de crianças, passando por muitas dificuldades, quando meu avô pegou em armas. Ela doou todas as jóias que tinha e recebeu um troca uma aliança de lata onde estava gravado "dei ouro pela revolução".
Eu mesma hoje peguei o antigo caderno de registro de tropas que foi deste meu avô, escrito à mão,  e o mostrei com orgulho aos meus filhos.  Ele foi um dos que voltou para casa. Derrotado, mas vivo.

Eu sempre gostei de Historia Antiga, e várias civilizações escreveram livros dos mortos, manuais para a alma seguir em sua passagem para o outro lado.

Ontem eu vi um livro dos sobreviventes,  e não é bonito.  A jovem viuva de um militar americano, Taryn Davis, se cansou de lutar sozinha e ser incompreendida, e criou uma rede nacional que acabou congregando milhares de mulheres de todas as idades na mesma condição que ela.
Quando se abre o site um mural de fotos de casais e familias de militares começa a desfilar, e é dificil segurar uma lágrima, as noticias da CNN são insipidas e vistas friamente  porque não têm as fotos dos rostos deles.

Este artigo foi retirado de lá, e o que ela diz aí não se aplica só a perder um marido em uma guerra, se aplica a todas as perdas, na guerra do trânsito, na guerra da violência urbana.


"Coisas que você deveria saber… para sobreviver.
Projeto Viúva Americana, 20 Novembro 2009

Aprender a esperar o inesperado ajudará você a passar pela pior época da sua vida. Aqui  estão 10 coisas que você precisa saber se quer sobreviver.

1 - Espere pessoas que dizem coisas estúpidas 
“não se preocupe, você é nova, vai encontrar um novo alguém”. Não importa a sua idade, isto irá doer como ferro quente em um ferida fresca. Sua cabeça está no seu marido e em preservar sua memória. O pensamento de ter um outro homem em sua vida logo após a morte dele só vai lhe trazer mais dor.  
“ Sinto muito pela sua perda” Se houve “perda” é de se supor que haja alguma para “achar”, onde? Para a recém viúva, não há o que e achar. 
“ele gostaria eu você encontrasse um novo homen”  Hummm, deste a autora se ressente. Ninguem pode dizer o que ele gostaria, alem de você.  
“eu compreendo, sou divorciada”  Não. Divorcio é diferente de morte. Apesar que durante um divorcio alguém desejasse que seu ex não estivesse por aqui, não é a mesma coisa. Enquanto divorcio pode ser doloroso, e eu experimentei pessoalmente, a morte da sua alma gêmea é diferente, como a autora pode provar, não há conexão.

2 – Espere ser convidada para sair, pelo melhor amigo do seu marido.

3 -  Espere que sua melhor amiga lhe pergunte “voce se masturba?” 

4 – Espere cair em prantos quando menos se espera – ao som da campainha, do telephone, vendo um casal andando de mãos dadas.  A realidade de estar sem ele se instala bem depressa, e vai levar tempo para você se libertar do passado. Mas você irá. 

5 – Espere começar cada dia imaginando como foi que você sobreviveu ao dia anterior. E terminar o dia pensando que você não consegue continuar fazendo isso.

6 – Espere se sentir fraca, forte, suicida, irada, feliz, eufórica, contente, triste, culpada, solitaria, presa em uma armadilha, livre, cansada, entediada, estafada, oprimida, tonta, confusa, como se não se encaixasse. E porque não? Você acabou de experimentar o que a vida tem de pior. Estou aqui para lhe dizer, tudo vai ficar bem. Comece com pequenos passos. Pense “eu posso”, pense “eu vou”.

7 – Espere que todos os seus amigos fujam de você. Eles também estão apavorados. E eles simplesmente não sabem como lidar com a sua perda . Ver você lidar com a morte de alguem querido e proximo é um pouco perto demais para ser confortável.

8 – Espere todos os seus amigos voltarem para você. Dê tempo a eles. Os que forem realmente amigos voltarão.

9 – Espere se ver de pé na frente da geladeira às 3 da manhã, analisando a data de vencimento do frasco de ketchup. Se permita processor o luto de qualquer forma que precise.

10 – Espere dar risada quando seu cachorro fizer xixi no tapete da sala, quando  a porta da garagem emperrar, a geladeira fizer uma poça no chão da cozinha, e a mulher da casa ao lado sair em um encontro – com a mulher do fim da rua.  A sua vida foi mudada para sempre, e a sua visão também.  Dentro do contexto amplo, estas coisas se tornaram minúsculas.

11 – Espere desejar que estivesse morta.

12 – Espere se culpar pela morte dele.

13 – Espere se perguntar coisas que não têm resposta. E se? Porque eu? Porque eu não morri antes dele?

14 – Espere fazer planos para fugir de casa. 

15 – Espere desistir deles, porque você vai descobrir que não há para onde fugir.

16 – Espere beijar um idiota.

17 – Espere se sentir como se tivesse traído seu marido. Você não fez isso.

18 – Espere desejar que existisse um grande apagador que apagasse toda a dor.

19 – Espere que a dor não vá terminar nunca. Ela não vai. Mas com o tempo você aprenderá a lidar com ela. Eu garanto.

20 – Espere sorrir quando você se sente mais para chorar.

21 – Espere não conseguir dormir.

22 – Espere não conseguir se concentrar.

23 – Espere não conseguir comer. No começo vai ser dificil apreciar comida. Mas é importante ingerir liquidos. Pelo menos agua faz os rins funcionarem.

24 – Espere comer demais.

25 – Espere não ter vontade de todas as coisas que você apreciava antes. Imagine. Esta autora não queria chocolate!

26 – Espere o sol nascer amanhã, os lirios florescerem na primavera, cada passaro do planeta cantar, cada árvore derrubar sua folhas no outono, a lua brilhar, e então se pergunte Porque?

27 – Espere que ninguem a compreenda. Apesar de dizerem “eu entendo”. Eles não podem. Não vão. Nunca irão. Nem uma outra viúva. Luto é pessoal.  É como uma impressão digital, não há dois iguais.

28 – Espere cometer erros. Espere se perdoar.

Tudo bem, é isso. E eu sei que você está pensando “ela listou mais de 10 coisas”
Mas para sobreviver ao seu luto é importante perceber que você não está sozinha. Que o que você está sentindo é normal. Estar informado é estar preparado. Vai te ajudar a sobreviver.
Espere o inesperado. E como a árvore se mantem numa tempestade se curvando à força do vento, você vai aprender a aceitar sua carga. Você vai aprender a permancer firme, e eventualmente vai se virar e encarar  o mundo novamente.

~Linda Della Donna @ www.griefcase.net

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

brave new world

Eu tenho pensado muito em como usamos nosso tempo, perdemos nosso tempo, aproveitamos nosso tempo.
Quando eu era  jovem, na IV Dinastia, estudávamos, praticávamos esportes, e os que gostavam liam.
Ler toma tempo. Mas quem aprende a ser gente sem ler?

A geração antes dos meus filhos começou a  jogar RPG. Era um encontro semanal, estudavam um manual complicado.  Agora eles jogam online, jogos com um apelo gráfico inacreditavel para os fósseis da minha época.

Os da moda agora são Ultimaonline, Team Fortress, DukeNuken, Leftfordead.
Os jovens levam horas para baixar, ler os manuais que são verdadeiros calhamaços, e depois horas e horas e horas jogando. Eles têm saco de ler um manual de jogo de 400 páginas, e têm orgulho de fazer parte da comunidade do orkut "nunca li um livro".

Se eu pegar qualquer um deles como exemplo, ele terá 10 vezes mais horas de jogo do que de faculdade.
 Estas horas deveriam constar obrigatoriamente nos curriculuns.
O provavel empregador vai ter um  mercenário virtual, ou um matador virtual de trolls, ou  um construtor virtual trabalhando para ele, que não sabe quem é Woody Allen, e pensa que Fernando Pessoa é um avatar com 23 faces diferentes, que Che Guevara é um desenho legal de um cara de boina em camisetas. O Conde de Montecristo é um tipo de charuto que o pessoal descolado contrabandeia de Havana.  A guerra do Vietnã foi um cenario criado para os filmes do Rambo. Júlio Cesar é o goleiro da seleção.

Oito horas por dia em que ele não leu, nem livros tecnicos nem qualquer outra coisa que injetasse cultura, ele tem um cérebro virtual, uma agilidade e pontaria fenomenais, virtuais. Habilidade de pilotagem, virtual. Ele sabe passar de nível, ressuscitar, descobrir magias e poções escondidas, virtuais.
Ele não tira a bunda da cadeira do computador. Vai fazer sexo virtual quando crescer.
Aliás, crescer, não, ficar mais velho.
O maior perigo que esta geração corre é o de repetir grandes erros do passado da humanidade, porque nunca  se informaram sobre o passado, as pessoas que foram importantes nele.


A compartimentalização das profissões hoje gera a necessidade de anos e muitas horas de estudos. Um neurocirurgião vai fazer 6 anos de medicina, uns outros tantos de residencia e especialização. Ele opera cérebros. E se quando você chegar na emergencia com um AVC este cara tiver passado 8 horas por dia matando alliens com um joystick?


Bom, daí tem o vício dos que não jogam, a internet.
Tem gente que chega no escritorio e abre a caixa de emails, onde dezenas de amigos mandaram aqueles powerpoints bregas. Eles assistem todos, reenviam para outros amigos que estão "trabalhando" em outros lugares, e olha só que legal, já é hora do almoço!!!!
Uma pessoa com interesses moderados tem que passar pelo menos duas horas na internet, checando as novidades, a resenha dos capitulos das series de TV, as fofocas da TV, os resultados do futebol, alguns links do you tube que estão ON, o resultado da votação do Big Brother.

E outros perdem tempo escrevendo estas baboseiras em blogs.

Em tempo
"brave new world" é uma frase de Shakespeare, da peça A Tempestade, que fala de um naufragio numa ilha do Novo Mundo. Ele diz "Oh brave new world, that has such people in it" se referindo a um congregado de pessoas de origens e status diferentes vivendo integradas num mesmo lugar.

O escritor George Orwell a usou no inicio do seu livro 1984, onde fala de um novo mundo criado artificialmente onde todos são controlados por um mega computador e a reprodução humana só acontece in vitro, fazendo seleção genetica de castas definidas.
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