segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

a maldição do celular

Eles estão em toda parte, celulares em mãos que não teem educação  nem bom senso, e muito menos assunto interessante. Pessoas que não teem noção de que há assuntos que não são proprios para ambientes abertos, publicos, e nem mesmo para se conversar na frente dos clientes de uma loja.

Voce pega um onibus para São Paulo e do seu lado senta uma peruazinha que fala no telefone 1 hora e meia, alto, espaçosa, dá risadas.  Eu lá quero saber o que o namorado dela fez no natal passado? eu lá quero saber o que a inimiga dela da faculdade disse?  e lá vou eu, mergulhada na pequenez do cerebro e da cultura dela, presa, sem poder sair, sem poder gritar, tento dormir e fechar os olhos mas é impossivel.
A contaminação dura horas, a irritação dias.

Voce senta no restaurante e o cara da mesa ao lado atende o telefone aos gritos, dá ordens sobre pegar pedidos, despachar pedidos, cobrar, e tudo mais que lhe vier à cabeça. As pessoas que estavam almoçando em paz, conversando em tom baixo, se calam, e se contaminam com a conversa dele, o humor azeda geral.

Voce vai ao provador da loja e a mocinha que atende ali está conversando com outra mocinha, nem olha na sua cara, sem interromper o assunto  interessantissimo....  voce prova as roupas ainda participando do assunto, e na saída ela pega as coisas automaticamente, porque o assunto ainda está rendendo.
No transporte publico voce tem direito a varias fontes de conversas interessantissimas, o sindico que rouba dinheiro do predio e troca de carro todo ano, o cunhado que vem filar boia no fim de semana e não traz nada... voce acaba saindo do onibus sabendo de detalhes intimos de pessoas que preferia que nunca existissem.

Sala de espera de consultorio medico eu já abandonei há muito tempo, porque ali, alem de tudo, existe a competição de doenças... ah eu já operei 6 vezes....ah, o meu era muito mais grave.... então geralmente eu espero do lado de fora.

Eu sei que sou meio eremita, mas tem horas em que eu desejaria muito estar sozinha, ou pelo menos ser cercada de inergúmenos que fossem MUDOS. 
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

imprinting


Este termo tem estado entre as buscas do google e yahoo.answers ultimamente devido a um filme  que trata de um grupo de nativos americanos da tribo Quileute que descobre que tem o poder genetico de desenvolver o shapeshifting, ou seja, assumir formas de animais (lobos, no caso) para defender sua reserva em caso de perigo. No filme estenderam o comportamento de autoridade do macho alfa e de imprinting de casamento dos lobos à sociedade humana da reserva, gerando situações curiosas. Na cultura shamanica, o lobo representa a lealdade, a durabilidade e a força, muito provavelmente devido ao fenomeno do imprinting de casamento e de organização social.

A tradução aproximada do termo ingles imprinting seria "gravação", uma coisa que está gravada em nossa herança genetica, antigamente chamada genericamente de "instinto", e que assume o controle em situações e fases especificas, predispondo a comportamentos que visam preservar a sobrevivencia da especie.

Existe uma confusão entre o termo imprinting genômico, que diz respeito exclusivamente a genetica, e o behavioral imprinting, que é um comportamento adquirido devido a uma memoria hereditaria de fundo, que foi desenvolvida atraves dos tempos para proteger a continuidade da espécie e manter seleção natural com saldo positivo de evolução.
O chamado imprinting genômico ou parental, em que certos genes são expressos apenas por um alelo sobrepondo-se ao outro,  permite que apenas um dos pais transmita uma certa caracterisitca, como se fosse uma reprodução quase unilateral ou unicelular.

Entre homens e animais, tipos diferentes de imprinting acontecem em fases diferentes da vida, pontos criticos da sobrevivencia, como o imprinting filial  (identificar a figura materna, procurar proteção, contato físico e alimentação nela), o imprinting fraternal (identificar os seus irmãos, o grupo que tem a mesma origem e que deve ser mantido coeso para proteção mas não serve para procriação),  o imprinting de casamento (que busca um melhor parceiro em temos de continuidade genetica e organização social), e o famoso "relogio biologico", o imprinting de maternidade que move mulheres a quererem ter filhos e a adoções inter especies nos animais.

No caso dos lobos, o imprinting comportamental (behavioral) é responsavel pelo desenvolvimento social complexo das matilhas e pelo sucesso da seleção natural de linhagens cada vez mais eficientes enquanto caçadores, mantenedores de territorio, reprodutores de alta qualidade genetica e sobrevivencia da espécie. Apenas os lobos apresentam tal nível de especialização social, outros canideos como coyotes, cães e lobos guará mantem o grupo apenas entre mãe e filhotes, e durante algum tempo.
O imprinting de casamento é visto na seleção entre casais permanentes (parceiros de vida toda), uma especie de amor à primeira vista altamente apelativo. No fundo de memoria herdada ( que tem componentes geneticos pois envolve caracteristicas fisicas e ferormonios)  transmitida para a sobreviencia da especie se nota nuances muito mais complexas neste comportamento, por exemplo, o macho alfa nunca terá um imprinting de casamento com uma descendente genetica parente dos seus rivais ( imprinting reverso).
Isto faz com que ao se tornarem adultos, os machos que têm a genetica de alfa lutem entre si, e perdendo a competição pela liderança eles saiam da matilha para fundar outra, mantendo as linhagens geneticas da especie sem consanguinidade e altamente selecionadas, em constante competição pela liderança que por sua vez tambem define melhores possibilidades de sobrevivencia da especie.  Isto faz com que os lobos sejam os unicos carnivoros de vida grupal que têm mais de um macho adulto no grupo cooperando entre si, porque os que ficam automaticamente assumeme posições na hierarquia que não desafiem o alfa, e isto lhes permite um tipo de trabalho em grupo na hora de caçar que beira a telepatia, porque eles montam armadilhas muito complexas para onde dirigem a presa.
O elo entre o casal alfa é tão poderoso que mesmo após a morte do macho a fêmea ainda mantem sua posição hierarquica no grupo, que não será esquecida ainda que um novo casal alfa assuma a liderança da matilha, e proverá seus filhotes de proteção contra agressões do novo macho alfa,  e essa complexidade social faz com que os lobos tenham um nivel de ocupação de territorio e de evolução diferenciados entre os outros habitantes das florestas temperadas. Só para entender a diferença em termos de sociedade, no casos de grandes felinos por exemplo, só há um macho por grupo e quando a liderança é substituida ele mata todos os filhotes do seu antecessor.

O imprinting existe entre homens e animais, o cientista Konrad Lorenz demonstrou nos anos 70 que filhotes de patos que nunca tivessem visto a figura da mãe se apegariam à figura da primeira criatura ou objeto que vissem ao nascer (imprintig filial), e a seguiriam em fila e se anihariam ao redor dela como fariam com a mãe. Ele demonstrou isso assumindo a "paternidade" de uma ninhada que o seguia andando e nadando onde fosse.  Houve um filme recente em que uma ninhada de patos migratorios foi ensinada a voar em formação V pelo seu criador num ultra leve, porque tiveram o imprintig da figura dele ao nascer. 
Femeas de varias especies podem adotar "filhos" de outras, devido ao poderoso imprinting de maternidade associado aos hormonios reprodutivos, já vi cadelas amamentarem gatinhos e uma porca amamentar uma ninhada de cães, e em ambos os casos os filhotes consideram as mães "estranhas" como sua mães reais para todos os efeitos de proteção, obediencia e conforto. O caso mais estranho foi de uma galinha que adotou 7 cãezinhos, visto que ela não pode amamenta-los nem tem tamanho suficiente para abraçar a todos.

Os criadores de cavalos usam o imprintig para tornar os animais mais manejáveis, considerando que os potros recem nascidos têm uma tendencia herdada comportamental de permitir o contato fisico da mãe, que o esfrega com o nariz, os criadores passam a escovar o corpo todo dos potros diariamente, para eliminar o que chamam de "cócega", um tipo de reflexo que faz um cavalo não acostumado ao contato fisico escoicear qualquer coisa que o toque e não aceitar a sela de montaria em contato com seu corpo.

No grupo humano, situações de imprinting envolvem o "amor à primeira vista", casos raros, mas eventualmente observados, que correspondem ao poderoso apelo do imprintig de casamento dos lobos.
O mesmo imprinting reverso dos lobos tambem acontece entre humanos, como foi comprovado num estudo estatistico de gerações de crianças criadas em kibutz em Israel.  No kibutz as crianças de uma determinada idade são criadas numa mesma casa, como irmãos, sem contato diario com seus pais especificos. Isto acaba criando uma forma de imprinting de irmandade, que por seleção de memorias herdadas anula o interesse sexual de formação de parceiros ( porque a consanguinidade é um poderoso agente deteriorador de uma especie, e ameça a sua sobrevivencia), e se constatou que menos de 1% destas crianças se casa no futuro com algum dos seus "irmãos comunais".

O imprinting de casamento é muito poderoso tambem na organização social dos homens, é fato que um homem ou mulher bonitos atraem mais parceiros ( preservação da forma fisica da especie),  e tambem que pessoas bem sucedidas ou talentosas tambem atraem mais parceiros, terão mais chances de se reproduzir e transmitir estas qualidades.  A propria caracterisitca casadoura e fiel das mulheres se desenvolveu ao longo de milhares de anos  para preservar a proteção e criação dos filhos e do territorio, enquanto que a caracteristica  inconstante dos homens cumpre a função de transmitir o codigo genetico a um numero maior de parceiras.  O modelo do carro que dirigem e sua posição social tambem parece exercer um efeito poderoso sobre os parceiros potenciais.


Isso explica MUIIIITA coisa.
Imprinting é tudo, e parece que tudo é imprinting.
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

o tempo


...um paragrafo de leitura de ontem, que ficou como sobra do jantar no prato até hoje de manhã, e assim, frio, pode ser digerido.

"We all run on two clocks. One is the outside clock, which ticks away our decades and brings us ceaselessly to the dry season. The other is the inside clock, where you are your own timekeeper and determine your own chronology, your own internal weather and your own rate of living.
Sometimes the inner clock runs itself out long before the outer one, and you see a dead man going through the motions of living."
Author: Max Lerner 1902

numa tradução bem livre:

"Todos vivemos sob 2 relogios. Um é o relogio exterior, que marca a passagem de nossas décadas e nos traz sem perdão para o inverno.  O outro é o relogio interior, onde voce é seu próprio cronometro e determina sua cronologia, seu clima interior e sua taxa de vida.
Às vezes o relogio interior corre mais e termina antes do exterior, e voce pode ver um homem morto passando pelos momentos da vida."

God forbid!
Pessoas que por dentro já viveram tudo, desesperaram, e apenas cumprem pena de tempo aguardando a libertação...

Mas esta citação sobre os relogios interno e externo me interessou de uma outra forma, eu nunca havia encontrado antes uma outra explicação para um certo tipo de pessoa que sempre me deixou curiosa... são pessoas que parecem ser antigas, mesmo ainda novas.
É como se fossem livros velhos que estão em prateleiras novas, não sofrem as mesmas torturas dos adolescentes da sua idade, nem passam pelas mesmas maravilhas, tambem. 
Não perdem tempo com os  planos malucos e estéreis, nem com as distrações pueris, passam pela vida impavidos, com uma dignidade incongruente e intrigante, espectadores da nossa miséria.
Estes não são obviamente os mortos vivos citados pelo autor, mas pessoas que cuja sabedoria acumulada  os provê  de lentes que permitem enxergar mais adiante, mais fundo e com cores diferentes o mesmo mundo em que os outros vivem, talvez já sabendo que morrer não muda muita coisa.  Deve ser alguma coisa relacionada com programa de milhagem divina....


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terça-feira, 30 de novembro de 2010

mundo dos sonhos

Para quem estuda misticismo, ocultismo e outras searas afins, este conceito pode ter nomes como Mundo Astral,  quinta dimensão,  Universo Beriático,  plano Akáshico.

Os nativos norte americanos tinham uma visão e uma funcionalidade bastante praticas e simples deste conceito.

O mundo dos sonhos dormidos continha 4 tipos de sonhos, os de propriedade, os insignificantes, os sonhos de "desejo" e os sonhos de "cura".  Os sonhos de propriedade pressagiam acontecimentos na vida material, os insignificantes são pequenos reflexos do dia a dia que nem são lembrados ao se acordar; os de "desejo" são as esperanças que o sonhador tem, que poderão ou não acontecer dependendo do seu esforço.  Os sonhos de "cura" eram os mais importantes entre os sonhos dormidos, porque traziam uma visão limpida e precisa do futuro da pessoa e geralmente afetavam todo o grupo de pessoas. Eles eram tão importantes que só podiam ser revelados em conselho tribal fechado, porque podiam mudar a estrategia de vida de todo o grupo.  Os Guias espirituais estavam por trás destes sonhos, e escolhiam pessoas que se tornavam seus porta vozes na comunidade.
Outro tipo importante de sonho era o sonho acordado, um tipo de visão ou viagem astral que era aprendido e desenvolvido pela prática.
De todo jeito, o universo paralelo do mundo dos sonhos sempre influenciou o mundo "real", é possível ir até lá buscar respostas e retornar.

Eles ainda acreditam que pessoas especiais com este dom nascem como almas transmissoras, isto é, trazem de uma vida previa conhecimentos que já se manifestam durante a infancia, talentos que ajudam o grupo.
O desenvlvimento destes talentos passa por 4 animais totem, que relfetem as instancias do aprendizado:

o golfinho é o mestre que nos ensina a penetrar nesta dimensão através do uso disciplinado da respiração

a libélula é a Guardiã do Portal, ela permite que se abra uma passagem entre os dois mundos.

o lagarto é o Guia dos sonhos diurnos

o cisne (ou pato selvagem) é o Guardião protetor que nos acompanha quando estamos vagando na maré magnética dos mundo dos sonhos, em busca de determinadas resposta, expostos a outras entidades que lá estão.

O importante disso tudo é entender que há outras formas de visão, há outros alcances para o entendimento e a relação com o mundo, além dos 5 sentidos corporais a que estamos limitados. 
É preciso ousar dirigir o olhar para algo que não está lá, no "mundo real", acreditar que é possivel e que se tem força para isso, para romper o casulo e virar borboleta.

Imagine uma crisálida dentro do casulo ainda fechado. Ela acha que o mundo é somente aquilo,  pressão, escuridão, estar contida numa forma física apertada e imovel.  Ao romper o casulo, ela não só expande a forma fisica para uma forma mais delicada e fluida, como ainda adquire o poder de vagar pelos céus.

outras informações interessante podem ser encontradas no livro de Jamie Sams: Cartas do caminho sagrado.
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

escritoras


Há certas pessoas que conseguem entrelaçar palavras e formar mais do que uma tapeçaria bonita,  conseguem que o bordado traduza a alma humana.   Charlote Bronte é uma delas, sua irmã Emily outra.

Selecionei alguns paragrafos da leitura da semana, "Jane Eyre", parte do prólogo da segunda edição do romance que fala de uma garota que escapou às regras da moralidade vitoriana, e cuja primeira edição passou por vigorosa critica da Igreja  e dos moralistas da época.  Devido à essa mesma mentalidade, Charlotte publicou o livro sob um pseudonimo masculino, Currer Bell.

"Convencionalismo não é moralidade.  Farisaísmo não é religião. Atacar os primeiros não é agredir os últimos.
Arrancar a mascara de um fariseu não é erguer mão impia contra a Coroa de Espinhos. Estas coisas e fatos são diametralmente opostos; tão distintos como o vício é da  virtude. As pessoasmuitas vezes os confundem e não se deve confundi-los; não se deve tomar a aparencia pela verdade, não se deve substituir o Credo de Cristo, que redime o mundo,  por tacanhas doutrinas humanas que tendem a  ensoberbar e glorificar uns poucos.
Existe, repito, uma diferença , e é uma boa ação e não má estabelecer ampla e nitidamente uma linha de separação entre eles. 
O mundo talvez não goste de ver estas ideias separadas, porque está a acostumado a confundi-las, achando conveniente fazer a aparencia externa passar por valor autentico - como fazer paredes caiadas passarem por santuarios limpos.  Talvez odeie aquele que ousa examinar e denunciar,  descascar o dourado e mostrar o vil metal por baixo,  penetrar no sepulcro e revelar reliquias carnais; porem, por mais que o odeie, tem uma divida com ele."

Aqui outro trecho onde ela critica a mentalidade vitoriana que dizia que mulheres não precisam estudar nem devem ter uma vida ativa:

"É inutil dizer que os seres humanos devem satisfazer-se com a tranquilidade; eles precisam de ação, e a criarão se não puderem encontra-la. Milhões são condenados a uma sorte mais parada do que a minha, e milhões estão em silenciosa revolta contra seu destino.  Ninguem sabe quantas rebeliões politicas fermentam nas massas de vida que povoam a Terra. Supõe-se que as mulheres são muito calmas em geral, mas elas sentem da mesma forma que os homens; precisam tanto do exercicio para suas faculdades, e de um campo para seus esforços, quanto seus irmãos; sofrem com uma contenção demasiado rigida, uma estagnação demasiado absoluta, exatamente como os homens sofreriam; e é tacanhez das criaturas irmãs mais privilegiadas dizier que elas devem limitar-se a fazer pudins e tricotar meias, a tocar piano e bordar toalhas. É impensado condena-las ou rir delas, se buscam fazer mais ou aprender mais que o que os costumes decretam ser necesário para o seu sexo."
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

novo look

hello crazy people!

Eu troquei o look completo do blog, em primeiro lugar, porque eu me canso rápido das coisas... a selva estava me sufocando de umidade, calor, pressão....  acho que eu sou uma aberração, não nasci para viver em um país tropical, detesto calor e sol forte, já está me fritando e vai piorar muito nos proximos meses.
Em segundo lugar, porque meu relogio psicologico está mais para hemisferio norte, solsticio de inverno, caçar coelhos, etc... eu topo qualquer lugar acima do paralelo 45N.

em termos simbólicos, de onça para loba não mudou muita coisa, afinal,  o tempo todo tem gente tentando  fazer casacos e tapetes com as duas.

portanto, até a proxima mudança, say bye bye to the jaguar...


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

botar pra quebrar

bom, acho que todo mundo normal tem horas e situações para apreciar tipos diferentes de musica...  eu sempre tendi para o melancolico, suave, mas tem dia que acordo botando pra quebrar... se pelo menos tivesse um som decente em casa ( nesta hora a enchente pode ser vista como um beneficio para os vizinhos...hehe).


hoje é dia de MUSE!   Supermassive Black Hole  ao vivo  e  em estudio  numa trilha sonora

Ooh, baby don't you know I suffer?
Oh, baby can you hear me moan?
You caught me under false pretenses
How long before you let me go?
Ooh, you set my soul alight
Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive
(Ooh, you set my soul alight)
Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive
(Ooh, you set my soul)
I thought I was a fool for no one
But ooh, baby I'm a fool for you
You're the queen of the superficial
And how long before you tell the truth?
Ooh, you set my soul alight
Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive
(Ooh, you set my soul alight)
Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive
(Ooh, you set my soul)
Supermassive black hole
 
e tem mais
Neutron star colision
Uprising


há que se levar em conta o som, porque a letra é meio assim fim da picada...  mas qualquer coisa que tire a alma do torpor e "set my soul alight"  tá valendo.... risos
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

música da noite

O Fantasma da Ópera foi uma lenda urbana, da Paris do seculo XIX, publicada por Gaston Leroux, e faz parte do canon da literatura gótica em que o lado bom e o lado mau dentro do homem se debatem.
Misturada a fatos que realmente ocorreram na Ópera de Paris, como a queda de um candelabro gigante durante uma apresentação, e a existencia de uma coluna oca no camarote numero 5, de onde saiam estranhos ruidos que vinham dos porões, ela cresceu, e  foi depois varias vezes recontada, sendo que Andrew Loyd Weber a transformou no maior sucesso da Brodway.

O Fantasma da Ópera exerce uma certa atração misteriosa ,uma criatura deformada, torturada em seu exílio, dominando os subterraneos que cortam toda Paris, um genio musical que assistia a tudo que acontecia nos palcos e camarins do teatro sem poder participar ou se mostrar.

O porque dele ter tanto apelo à nossa imaginação e coração é uma pergunta interessante.
Quer dizer que no inferno há gente boa, talentosa, que uma vez machucada pode acabar se tornando um monstro, e quer dizer tambem que mesmo monstros que parecem cruéis e insensíveis podem amar.
Quer dizer que no fundo da caverna, no meio da noite e do desespero, ainda pode haver música, ainda pode haver uma alma que cria beleza.
Quer dizer, acima de tudo, que nenhum monstro está acima da redenção.

A atração que esta figura enigmática exerce sobre a imaginação das pessoas pode ter relação com o fato de que todos nós, em alguma instancia, nos sentimos isolados, diferentes, discriminados ou solitários, e todos gostaríamos de reclamar nossos direitos sobre a luz e o palco.

veja aqui
Music of the night

Mas a minha frase preferida na peça toda é cantada por Christine na musica final:
"Pitifull creature of darkness, what kind of life have you known...
God give me courage to show you 
YOU`RE NOT ALONE"
(Pobre criatura da escuridão, que tipo de vida voce teve? Deus me dê coragem para lhe mostrar que voce não está sozinho!)
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

viajante do tempo

não sei se é verdade ou fizeram algum photosop, mas a idéia é fascinante....

uma viajante do tempo, falando num celular, desfila no  fundo de uma cena de um filme de Chaplin:

aqui.

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aqui outro caso, uma foto antiga encontrada num museu e os comentarios de pessoas que estudaram o caso
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

pensamento para o Dia dos Mortos

" A morte é a curva da estrada
Morrer é só não ser visto
Se escuto, te ouço a passada
existir como existo.


A Terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguem se perdeu
Tudo é verdade e caminho."


Fernando Pessoa



À parte os alquimistas que buscavam a Pedra Filosofal da imortalidade e os exploradores espanhóis que se perderam na Amazonia buscando a Fonte da Juventude, todo mundo tem que aceitar a mortalidade.

A mortalidade está em tudo que existe no mundo da matéria, das ideias e inclusive no mundo da memória.

A materia dos nossos corpos envelhece e se deteriora, as ideias dos homens envelhecem e são substituidas, e a soma das memorias guardadas nunca chega nem perto do fato inteiro que se tenta lembrar.

Existe muita gente obcecada com a imortalidade, alguns querem gravar seu nome nos anais(?) acadêmicos, outros querem bater records, outros tomam parte em situações publicas importantes e ficam imortalizados no bom ou no mal sentido.

Quantas pessoas que realmente fizeram coisas importantes morreram e tiveram seus nomes esquecidos, sem poder clamar seu direito à imortalidade?  Quantas morreram e nunca chegaram a ser realmente conhecidas pelos que as rodeavam?  Quantas morreram sem ter utilizado o potencial que tinham?

O medo do perecimento e do esquecimento é tão grande que varias tendencias espirituais se baseiam no fato de que há outra vida, e outras em sequencia, ou de que há um lugar "melhor" para se ir...  para que a mente não enlouqueça pensando que está chegando a hora e não há nada mais alem disso.
O medo do envelhecimento criou a religião da cirurgia plástica.
Aceitar a transitoriedade das coisas na vida já é dificil para alguns, a mortalidade então é um dragão de 10 cabeças.
Porque será?  Tudo e todo mundo vai morrendo à nossa volta, a morte é tão comum e tão simples... 
Aliás, eu morei numa cidade que tinha uma funerária chamada "Mundo Melhor". Sinistro.

Gandhi disse uma vez:
"Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre."

É isso.
A duração da vida não quer dizer nada, o que importa é o conteudo e os atos de quem viveu. Tenham sido registrados e divulgados ou não.  É preciso coragem para viver,  mais coragem para viver bem, e uma coragem inumana para durante a vida fazer coisas que mudem o mundo para melhor....porque morrer qualquer um consegue!

Mas existem mortes ocultas, que as pessoas não percebem.
Ninguem é o mesmo durante a vida toda. O eu-aluno morre ao se formar, o eu-profissional morre ao se aposentar, pessoas ainda vivas morrem para voce, e por aí vai.
Muitos funerais dentro de nós durante a vida.  É preciso lidar com os lutos, e isso não só não é facil como fica cada vez mais dificil conforme a propria morte fisica se aproxima. Entramos em negação, querendo que a vida permaneça assim como é agora, que nada mude.
Muita gente não passa pelo funeral e luto necessário para enterrar bem um amor,  uma carreira, um sonho. E aí fica Hades nos cutucando, nos mantendo no limite entre o mundo dos mortos e dos vivos, o coração gelado do vampiro  que ainda quer desesperadamente sentir o calor do amor, a capacidade profissional sufocada que ainda quer produzir.

Os índios norte americanos teem uma crença de que um homem nunca morre desde que ainda se fale dele, que seu nome seja lembrado.
Por quantas gerações nosso nome ainda vai ser mencionado por nossos descendentes? (preechimento de documentos não vale!).

Os gregos acreditavam que um barqueiro, Caronte, levava as almas dos recem falecidos numa balsa para o outro lado do Rio Estige, onde ficava o mundo inferior.  Era obrigatório pagar a passagem, ou a alma ficaria perambulando perdida, então eles enterravam as pessoas com uma moeda na boca. 
É isso, tem o preço da passagem. O preço da passagem é o luto, é ruminar a perda e enterrar bem e de acordo a nossa parte que morreu. É não precisar mais passar todos os dias na frente da lápide com um tênue véu de esperança de que ela vai voltar. É reunir toda a coragem para poder esquecer e continuar respirando, uma vez após a outra, até que fique mais fácil.

E tem aqueles que namoram a morte.... se arriscando desnecessáriamente, ou mesmo achando que ela é uma saída mais facil para a inadequação e o desespero.

Talvez devesse haver algum tipo de instrução como "Saber morrer", "Saber se despedir", "Saber enterrar". 
Os egípcios tentaram mas o Livro dos mortos é um mapa tão confuso que qualquer um que levar as instruções a sério vai parar no inferno... do planeta Saturno! 
Cícero, um antigo poeta romano escreveu um pequeno tesouro: "Saber envelhecer", mas o texto dele é tão cheio de vida e de promessas que cita-lo ao falar sobre a morte seria sacrilégio.

Muitas vezes visitei o cemitério da Consolação, em São Paulo, para ficar andando entre magníficas esculturas que existem nos túmulos lá. Não era funesto, era calmo, era bonito, pensar que se ia ficar ali, pela eternidade tão bem acompanhado. 
Aliás, toda foto de cemiterios deveria ser em preto e branco, porque ali é o lugar, afinal, onde tudo fica realmente decidido, onde nada vai mais poder mudar, deteriorar, desencantar, e as cores e seus matizes contrariam esta sentença, bem como os tons de cinza.

É interessante  tambem o "rótulo" que as pessoas põe nas lápides.  Epitáfios. Eu juro que se alguem escrever no meu alguma coisa idiota tipo "saudades", "mãe estimada" ou "nos deixou muito cedo" eu volto toda noite para assombrar até que mudem!  
Varias pessoas famosas escreveram  seus epitáfios ainda jovens:

Khalil Gibran:  "Voltarei com a maré, e mesmo que a morte me oculte, que o maior dos silêncios me envolva, procurarei de novo vossa compreensão... Sabei, pois, que do maior silêncio retornarei... Não esqueçais que voltarei para vós... Um breve instante, e meu desejo recolherá o pó e a espuma para um outro corpo. Um breve instante, um momento de repouso no vento, e uma outra mulher me trará ao mundo.”

 e Benjamin Franklin:  "Aqui jaz o corpo de Benjamin Franklin, Impressor, Semelhante à capa de um velho livro de páginas arrancadas, abandonadas ao léu, com seu título e seus dourados apagados. A obra não se perderá, pois como ele acreditava, ela aparecerá uma vez mais em nova edição mais elegante, revisada e corrigida pelo autor.”

Talvez escrever seu proprio epitáfio de vez emquando seja um exercício interessante...  qual a mensagem que voce quer deixar? Como ele iria se modificando com o passar do tempo?
Por ora fico com o meu: "Ressurgo"... como a fenix.


Fernando Pessoa escreveu:
"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te: 
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."


Weeeeell,  Live and Let Die
Como eu disse antes, viver (ou seria sobreviver?) é mais dificil, porque morrer qualquer um consegue....

...bom... nem todos, eu preferia jogar no time do Highlander.

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There's no time for us,  There's no place for us
What is this thing that builds our dreams yet slips away from us
Who wants to live forever....?

There's no chance for us  Its all decided for us
This world has only one sweet moment set aside for us
Who wants to live forever?
Who dares to love forever?  When love must die

But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today
Who wants to live forever?
Forever is our today
Who waits forever anyway?
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sábado, 30 de outubro de 2010

halloween


Halloween é como ficou o termo All Hollows Eve conhecido, que celebrava um dos dias sagrados dos celtas, Samhain, o começo do inverno e da estação escura e fria do ano, que será instalada ritualmente no Solsticio de inverno, em 21 de Dezembro. 
Posteriormente, a Igreja Catolica assumiu este feriado e o denominou Dia de Todos os Santos para mudar o pensamento do povo simples, usando as datas que eles já celebravam para virtualmente mudar seu significado. 

As crenças druídicas reconheciam que nesta noite o véu que separa o nosso mundo do mundo espiritual fica mais fino, e se podia ter contato com familiares falecidos e tambem com entidades espirituais.  Faziam como celebração um jantar onde havia lugares postos na mesa para os familiares que já tinham partido, e durante o jantar conversavam com eles e comentavam a vida de hoje.  Depois do jantar, faziam adivinhações, pois as entidades do outro lado podiam lhes dar informações sobre o futuro.

A ligação com bruxas, e depois com demonios, veio por conta da manipulação da igreja, que tentou afastar os descendentes dos celtas dos seus antigos costumes,  inventando criaturas malignas e fantasmas que vinham assombrar as pessoas nesta noite. Daí eles inventaram tambem a coleta de dinheiro e alimentos  para que seus sacerdotes aplacassem os "demonios" ( gente, isso ainda está na moda hoje...) , e esta herança se vê hoje nas crianças americanas que pedem doces nas portas das casas "ameaçando" trick or treat , diabrudas ou presentes.

Como sempre, enfatizando esta crença de fantasmas malignos e de doação compulsoria de alimentos eles preservaram o lado errado da festa,  é como se jogassem o bebê fora e ficassem com a água suja do banho.

O lado bom desta festa era honrar e relembrar os familiares que se foram, e tambem pedir que fizessem parte do nosso dia a dia. Era tambem praticar a introspecção e a busca de contato e orientação por parte do mundo espiritual, estar aberto à presença de espiritos auxiliares e mestres.

Aqui no Hemisferio Sul o ciclo da natureza é invertido, e o dia 31 de Outrubro precede Beltane, a celebração da chegada do verão.  De todo modo, seguindo ou não o ciclo da natureza, é o simbolismo das festas que fica marcado e nos transforma, o ciclo do ano passa por nós e deve nos deixar cada vez num patamar um pouco acima do que estávamos no ano anterior, porque aprender e evoluir faz parte de ser humano.




No dia 04 de Outubro de 2010, depois de 2000 anos de perseguições, o druidismo foi oficialmente reconhecido como religião no Reino Unido, com todos os direitos que as outras religiões, inclusive as estrangeiras já tinham dentro da própria casa dos druídas.

Eles não reapareceram de repente, sobreviveram nos subterrâneos da sociedade cristã e da Inquisição e em 1717 fundaram na ilha de Anglesey (Wales), conhecida na antiguidade como Ilha Sagrada, a Sociedade Druídica.




Como sou partidária de Deus mas duvido das "Igrejas Instituidas", tenho minhas dúvidas de que a oficialização seja mesmo um beneficio, de que não levará apenas à criação de outra igreja adminsitrativa inchada e burra. 
Mas o ressurgimento do druidismo não poderia ocorrer em momento mais importante, porque e mentalidade deles de respeitar e proteger a natureza acima de tudo pode ser útil quando estamos acabando com o planeta...  espero que cada vez mais pessoas possam ver Deus em todas as criações da natureza,  tenham contato com Ele em qualquer lugar e hora, se lembrem de honrar os antepassados, procurem aprimoramento espiritual e protejam o planeta Terra.

Aqui no Brasil nosso próprio folclore tem assombrações que são comemoradas no dia 31 de Outurbo,
veja aqui.

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Bodhmall.
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

secretario


Bom, se voce andou me ligando recentemente e ninguem atendeu, é porque o secretário anda constantemente de ressaca... dormiu em cima do telefone.

Mas ele é tão fofinho....
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

arvores




Caminhando pelo Bosque dos Jequitibás de vez em quando eu visito esta velha senhora...  eu costumo chama-la de árvore mãe, mas ela é um ficus, acho que nem é original da mata atlântica do Bosque, e deve ter uns 25 anos de idade.

Se eu tivesse que escolher um simbolo, logo ou imagem que me define acredito que seria uma árvore,  sempre gostei, desenhei, observei as árvores onde quer que vá.  Bom, eu tenho uma árvore com sobrenome, o Carvalho. Atualmente tenho árvores de cerejeiras em flor pintadas na parede do meu quarto.

 Eu acredito que a geometria da natureza tem implicações na organização do mundo como um todo, é comum ver as pessoas ensinando através do esquema de uma árvore, os fundamentos da raiz - nutrição- espalhar galhos e frutificar se aplicam a todas as fases e coisas da vida ao nosso redor.

Exceto pelos baobás malucos da África e do livro do Pequeno Principe, que têm as raízes bem maiores do que os galhos da copa, de modo geral a área de fixação das raízes de uma árvore são menores do que o raio da sua copa.
Isso quer dizer que partindo de uma origem podemos chegar a coisas muito maiores, a lugares muito diferentes ou distantes, mas seremos ainda galhos daquela árvore, com aquele DNA embutido.

Quando eu era criança ouvia aquela frase idiota de que um homem estaria completo se plantasse uma árvore, tivesse um filho e escrevesse um livro.  Só pelo monte de besteiras que a gente lê nos blogs ( este incluido) e sites da internet dá para imaginar o monte de m.... que se juntaria se todas as pessoas escrevessem um livro cada uma....  (nem vou começar a imaginar os temas que cada um escolheria, porque isso já dá um outro post)...  Resumindo, uma boa parte da população mundial nunca deveria nem procriar, quanto mais escrever um livro....   mas a árvore, ah esta não teria como desapontar.
É uma pequena maravilha da programação genética, voce pega um carocinho chupado de manga, faz um buraco, molha, enterra, e 20 anos depois tem uma verdadeira casa, que dá abrigo e comida. Quem viver os 20 anos verá, porque com os tiros perdidos de hoje em dia até sobreviver ao crescimento da árvore está dificil.

Este ficus é um modelo complexo, porque tem mega raízes que foram envolvendo as árvores que ficavam ao lado dele, e então se formou uma espécie de colonia unica, a grande mãe está cuidando de uma ninhada de outras árvores de outras espécies... veja, até uma árvore pode adotar alguem que ela não gerou, e  pode conviver com as outras do entorno pacifica e produtivamente.

Eu acredito que em cada árvore existe uma especie de força, de personalidade, e que pessoas sensiveis podem perceber isso, talvez seja porisso que nos sentimos recarregados de energia ao passear em bosques e fazendas.  Os gregos antigos chamavam estas entidades que viviam dentro das árvores de Dríades. Confesso que já fiz parte do grupo "eu abraço árvores" e numa fase da minha vida tinha esta percepção aguçada.
Não, eu não fumava nada. Não, eu não acredito em duendes. Podemos voltar ao assunto?

A forma como criamos raízes e como delas vêem nossos frutos e o que somos é uma Lei Universal.  Nossa origem, nossa herança e nossas lembranças estão constantemente presentes dentro de nós, mesmo que de modo inconsciente.   Há pessoas que são do tipo apegado e que não gostam de sair do lugar, e há outras que mantem as raízes leves, e teem o poder de se adaptar a novos lugares e circunstancias, mas todas elas precisam se fixar em algum lugar, têm algum ponto de apoio e de partida.

Eu tinha um quadrinho onde estava escrito "Lar é onde o coração está." 
Foi embora junto com a enchente, com as lembranças da infancia dos meus filhos e dos meus pais. 
Me lembro que várias árvores tiveram suas raízes expostas pelo arrasto de terra que a corrente de água forçou, e algumas delas caíram ou tiveram que ser cortadas por segurança.  Guardei aquelas imagens porque sempre tive a mania de observar árvores. 

A figura do sem teto vagando nas ruas é a mais hedionda em que posso pensar, não porque ele não tem conforto, mas porque ele nunca se sente seguro. Onde estará o coração deles?
Até animais precisam de um lugar conhecido e seguro onde descansar. 

Outro aspecto visual das árvores que é realmente lindo é a forma da ramificação dos galhos... há todo tipo de organização geometrica e de posição das folhagens e das flores.   As pessoas tambem têem formas diferentes de se ramificar, de interagir com as outras, e podem ou não criar uma sombra aconchegante em volta de si.  Algumas delas possuem uma copa firme, que resiste ao vendaval mas pode se quebrar se ele for mais forte, outras são flexiveis e acabam vencendo o vento pela sua capacidade de interagir com ele.   E todas usam o vento como semeador.

Da mesma forma que as árvores, depois de um tempo de maturação as pessoas produzem frutos.  São obras, trabalhos, criações, filhos, atos de generosidade, atos de serviço social.  Alguns alimentam milhares, outros são apenas bonitos e alimentam a fome de arte, outros ainda são úteis.
E é destes frutos nascerão outras árvores.
Das sua raízes não nascerão outras árvores, nem dos seus galhos, mas dos seus frutos.  
São os nossos atos que deixamos diariamente como semente para o reflorestamento do mundo.

Me lembro que visitei uma igreja em Roma, onde estão fixadas as 2 grandes portas antigas do Senado Romano, feitas de madeira com milhares de anos de idade.  Como as árvores de madeira de lei ou de pinus, alguns de nós terão o privilegio de deixar obras que ficarão vivas por milhares de anos, outros deixarão apenas lembranças de bondade, de generosidade e de carater que se esvairão apos a proxima geração.

E eu acredito que como a Dríade que vivia dentro da árvore que morreu renasce num novo broto e começa tudo novamente, temos a dádiva de renascer e começar tudo de novo, fazr novas escolhas e colher os frutos que virão delas.

O tronco morto caido vira refugio para pequenas criaturas, alimenta outras, e enfim é reabsorvido na cadeia da natureza. 
o Bosque nunca tem fim.
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sábado, 9 de outubro de 2010

o dedo do meio

falando de arqueiros ingleses no post anterior, no mundo todo hoje mostrar o dedo do meio para desafiar alguem é um gesto comum... mas pouca gente sabe de onde veio este gesto e o seu significado.

Os arqueiros britanicos eram tão temidos na Idade Media, que numa batalha na França depois de aprisionados o rei frances mandou que cortassem todos os dedos do meio deles, porque este dedo é indispensavel para tracionar a corda do longbow, o arco longo. A flecha é segura entre o indicador e o dedo medio, mas quem traciona o arco é o dedo medio, então, sem dedo = arqueiro inutilizado.

Mas o mundo dá voltas, e numa outra batalha depois disso, cada vez que um arqueiro ingles acertava um soldado frances mostrava o dedo medio para ele em tom desafiador, e o gesto se eternizou.

Quanto ao significado sexual de fuckyou do gesto de mostrar o dedo do meio, este tem milhares de anos de idade, já era usado pelos romanos... era chamado digitus infamus ou digitus impudicus e é mencionado varias vezes por escritores romanos. Uma destas menções é de que Caligula usava este gesto ao condenar os suplicantes à morte.

cultura inutil não é o maximo????
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Robin Hood 2010

 Bom eu sempre gostei de Historia, e porisso amo os filmes da nova geração de aventura histórica pela pesquisa que eles fazem em termos de costumes, vestuario, arquitetura e lingua.  
Resolvi começar este tópico pelo mais atual, Robin Hood, porque o filme conta muito com o conhecimento prévio do espectador sobre o assunto, e muita gente que assistiu ficou "no vácuo" e não gostou do filme. Robin Hood no cinema e TV já teve mais leituras do que a Biblia, cerca de 75 desde 1922, inclusive uma Princesa dos ladrões feita por Keira Knightley para a TV.

Antes de mais nada a História, os personagens de sempre foram relidos com cores autenticas, esqueça as calças de malha justa verde e o chapéuzinho gay que Douglas Fairbanks e Errol Flynn  usaram, e os ambientes limpos e  um Ricardo Coração de Leão do bem do filme de Kevin Costner.

O grande Ricardo I, o Coração de Leão, não gostava da Inglaterra nem dos ingleses, ele mesmo nunca falava ingles porque foi educado em territorio que seu pai conquistou na França e era filho de uma grande ex rainha francesa, Alinor de Aquitaine. Naquela época, o top era ser de um país europeu "civilizado", como a Alemanha, França, Espanha, e os nobres europeus viam o território inglês como secundário e primitivo.   Ricardo sumiu cedo da Inglaterra, na Terceira Cruzada de motivos ambiguos, que consumiu todo o dinheiro da Inglaterra e na volta ainda foi capturado, os ingleses  tiveram que pagar um resgate de enormes proporções por ele, que conseguiu perder tambem os territorios franceses que o pai havia conquistado. Não se pode negar que ele tinha no coração os ideais da cavalaria, tanto que estabeleceu uma relação de competidor igual  e cordialidade cultural com o grande Sahl al Hudin (Saladino), mas no fundo era o de sempre, matar todo mundo que via pela frente,  roubar o que conseguisse e alimentar o grande ego com a fama das vitorias. O fato de que ele morreu num cerco desnecessário atingido por um serviçal menor enquanto fazia bravatas na frente do seu exercito foi historicamente bem retratado. Deu mole.....

Sir William Marshal foi O GRANDE cavaleiro da Idade Media, e foi retratado no filme fielmente, como uma pessoa que colocou o trono e o país ingles acima da figura pessoal dos seus reis e dos interesses dos seus colegas barões. Ele serviu como conselheiro, ouvidor e administrador a 4 reis ingleses, Henry II, Ricardo I, John I e Henry III, o filho de João, de quem foi tutor até a maioridade. Pouca gente sabe que o cargo de sherife/delegado em ingles se chama marshal devido ao sobrenome deste grande homem. Ele serviu na Segunda Cruzada, depois voltou para servir aos  reis da Inglaterra  até o dia da sua morte, quando foi admitido como Templario e enterrado na Temple Church de Londres.

O Principe João Sem Terra foi retratado como a literatura sempre o fez, egocentrico, futil, sem nenhuma habilidade intelectual, administrativa ou tatica.  Ele destituiu William Marshal do seu cargo e lhe confiscou todas as propriedades enquanto foi regente, para depois readmitir os direitos e possses dele na fase final de sua vida como rei, que foi um grande fiasco. Depois da morte do irmão ele assumiu o trono, e ao inves de ser chamado John Lackland ( sem terra) começaram a chama-lo de John Softsword  (espada molenga) devido ao seu desempenho militar deficiente.

A rainha Eleanor de Aquitania foi retratada em cores fieis, uma mulher inteligente que já havia sido rainha da França antes de se casar com Henry II, astuciosa, grande articuladora,  que sobreviveu à anulação do primeiro casamento real, ao segundo marido real e a quase todos os 8 filhos.

O fato de haver barões leais à França era comum nesta época porque depois da conquista dos Normandos em 1066 os poderosos procuraram de toda forma misturar familias normandas ( francesas) às familias tradicionais anglo saxãs, para ligar definitivamente a lealdade e as propriedades  deles aos reinos da Inglaterra e França através de sangue e interesses financeiros das  heranças.

Falando dos soldados, um exercito nesta epoca era composto de:
-nobres convocados pelo rei, geralmente pelos filhos não herdeiros de nobres com terras hereditarias  (porque eles não tinham patrimonio nem herança, pela Lei inglesa apenas o primeiro filho herdava titulo e todas as  terras, e os outros filhos passavam a vida se pegando pelos pescoços),
-soldados que eram pessoas comuns que recebiam um treinamento temporario e serviam aos nobres de quem eram vassalos numa determinada campanha como parte de seus deveres feudais,
-alguns soldados  "profissionais" que mantinham treinamento constante mesmo em tempos de paz, em que se incluiam os arqueiros.  Os arqueiros eram o que hoje chamamos de atirador de elite, um long bow ( arco) tradicinal do pais de Gales, Irlanda e Inglaterra podia atingir um alvo com precisão a cerca de 300 m de distancia e disparar até 12 flechas por minuto, o que é muito num campo de batalha onde se luta em combate proximo e lento. Desde cedo nas vilas eram selecionados os jovens com maior habilidade com o arco, e eles tinham a obrigação de treinar pelo menos 2 horas por dia constantemente e promover torneios regionais para fazer um ranking.  O esforço para tracionar o longbow era tão grande, que hoje os arqueologos identificam ossos de arqueiros pela curva que se formava na coluna deles.

Um exercito naquela época era muito diferente do exercito que conhecemos hoje, que tem toda uma cadeia de suprimentos.  Os soldados eram obrigados a procurar o que comer e vestir por si proprios, e tambem tinham a obrigação de providenciar suas proprias armas, então um exercito acampado perto de voce significava uma horda de ladrões invadindo e roubando sua propriedade, eles não destruiam apenas o alvo de destino, mas tudo que ficava no caminho tambem. Raramente viam pagamento alem do saque do locais por onde passavam, que o rei dividia "leoninamente" ficando com 99%.  
O filme retratou muito bem esta situação, eles caçavam para seu proprio sustento, comercializavam comida entre si, e na hora de ir embora pegaram todo tipo de arma e equipamento que puderam.

Os cavaleiros tinham um certo padrão de armas e uniformes obrigatorio: cavalos, cota de malha, elmo, espada, escudo, maça, lança,  pelo menos 4 escudeiros que o atendiam pessoalmente e mais uma cota de soldados a pé que deviam recrutar em suas terras para servir ao rei sempre que fossem convocados.
No tempo do Rei João Sem Terra (sem terra porque era um segundo filho), não existiam ainda armaduras articuladas. Os cavaleiros desta época usavam a cota de malha, feita com aneis de ferro em enredo triplo na forma de uma tunica, com capuz separado, e por baixo dela uma tunica de lona acolchoada em varias camadas, para aparar o impacto de golpes das armas, e os mais ricos tinham perneiras de cota de malha tambem.  A coisa toda pesava no fim uns 15  a 20 kg, e era vestida e amarrada no corpo de modo tão complicado que precisava 3 pessoas para desvestir, então a partir do momento em que estivessem em territorio hostil, os cavaleiros permaneciam vestidos dentro daquilo direto, sem trocar a roupa de baixo nem tomar banho porque ferro e água não costumam se dar bem. (IAK).  Imagino que precisavam da ajuda de 1 ou 2 homens para ir ao banheiro tambem.  Outro ponto para a fidedignidade da pesquisa de vestuario do filme, o strip tease complicado do hauberk de Russel Crowe (e aí somos gratos aos roteiristas porque se era necessario incluir um strip, com certeza o dela seria traumatizante, e ele definitivamente Tá Podendo). 

Como todo mundo usando cotas de malha pareceria semelhante num campo de batalha confuso, eles vestiam um avental identificador por cima, os participantes da cruzada usavam um avental com uma grande cruz vermelha no peito,e os cavaleiros que fossem chefes de brigada ou defendessem uma bandeira propria lutariam com um serviçãl carregando um estandarte perto deles (foi daí que surgiu a heraldica, da necessidade de uma especie de logotipo de familia que fosse facilmente identificavel pelos ignorantes).

 Por cima do capuz usavam um elmo de ferro, que na maior parte das vezes era aberto apenas com uma proteção nasal, apenas homens muito muito ricos teriam um elmo articulado fechado como o que Sir William Marshal, o rei João e a desajeitada Marion usaram na batalha da praia (alias, Marion participar desta batalha totalmente paramentada está absolutamente fora de cogitação no contexto da época, foi um recurso de roteiro para quebrar a monotonia do filme, desnecessário). A cena em que ela cai no chão e fica na água quase se afogando porque não conseguia levantar devido ao peso do hauberk é uma cena muito fiel,  caindo do cavalo um cavaleiro era presa meio morta porque era muito dificil se mover no chão e se levantar.
Pequenos detalhes no vestuario dos cavaleiros do filme são impressionantes: no hauberk que Marion veste é possivel até ver as tiras de couro que prendiam as mangas acima do cotovelo, para diminuir o peso da manga que caía sobre as mãos atrapalhando o manejo da espada . Se ela teria tido treinamento e condições fisicas de manejar uma long sword em condições reais de batalha é uma outra conversa... culpem os roteiristas, de novo, eles precisam manter a peteca no ar.

Apenas cavaleiros (de origem nobre) lutavam com espadas, em parte devido ao custo delas (neste periodo, logo depois da Primeira Cruzada em que os ocidentais tiveram contato com o aço de Damasco uma boa espada poderia custar o equivalente hoje a uma casa), e em parte devido ao fato de que o aprendizado e pratica do manejo da espada era uma atividade esportiva  reservada exclusivamente aos filhos dos nobres. Uma espada era um bem tão valioso que era herdada ( e ai o roteiro acerta novamente ao fazer da espada um pagamento regio por um serviço prestado), e a maioria tinha inscrições no cabo ou na lamina.
Um soldado pobre que não fosse arqueiro provavelmente manejaria uma lança, um escudo, talvez um machado leve e  uma funda que lançava pedras.
Qualquer combate onde houvesse morte do oponente implicava no confisco lícito e comum de suas armas, cavalos e escudeiros, porque as armas em si eram um bem muito valioso. Aliás, saquear os vencidos de suas roupas e bens tambem era licito e normal, muitas pessoas eram mortas por bandoleiros nas estradas apenas por causa de suas roupas.

A vida nas vilas
No filme algumas perolas da pesquisa historica passam quase desapercebidas, como o fato de que nas casas comuns e mesmo nas ruas e igrejas se jogava uma camada de palha sobre o chão para absorver a lama dos pés das pessoas.  Os ratinhos passeando na comida da mesa de Sir Walter Loxley tambem eram bem historicos, ninguem sabia que ratos transmitiam doenças e eles eram permitidos dentro das casas porque ajudavam na "limpeza" dos restos de comida jogados rotineiramente no chão. As pessoas comiam com as mãos, usavam uma faca grande apenas para partir um pedaço que viria para o seu prato, e uma faca pequena para espetar pedaços no prato, não se conheciam os garfos. O guardanapo que Marion usa é um requinte talvez duvidoso para a época, considerando que eles estão em uma pequena vila do interior e ela não teve educação numa familia nobre, eles provavelmente teriam limpado as mãos no avental ou nas roupas.

Numa vila muito pobre com comida escassa, os órfãos eram deixados à propria sorte, como conta o proprio Robin sobre sua infancia e como se vê nos garotos selvagens da Floresta de Sherwood.  No reinado de João as vilas ficavam cada vez mais pobres, porque embora plantassem, uma grande parte do que colhiam era paga como tributo ao rei, outro naco ia para sustentar a Igreja, que era mais rica que o proprio trono e tinha poder de decisão e de executar a Lei,  inclusive com um exercito proprio como se vê no uniforme dos cavaleiros que vieram escoltar o embarque do milho de Nottingham.

O fato de Robin se intitular a "man of the Hood" ao roubar os grãos liga o nome que ficou posteriormente conhecido ao fato de que estes bandoleiros sempre usavam hoods (capuzes) para esconder os rostos. Outro nome antigo do bando, os merrimen ( homens felizes) tambem foi mencionado quando ele diz que agora estariam mais felizes levando o milho.

Os trajes de época foram todos muito bem pesquisados, as toucas nas cabeças de uso cotidiano, o fato de que ninguem trocava muito de roupa mesmo após trabalhar o dia todo, e que um banho quente como o que providenciaram para Robin era um luxo de uma vez na vida se voce não fosse muito rico, porque umas 10 pessoas teriam que carregar uns 30 baldes de água quente da cozinha lá longe para encher a sua tina.  Para minimizar a sujeira das roupas se usavam tunicas ou aventais por cima, que eram trocados com mais frequencia, e tamancos de madeira para andar na lama fora de casa.


Os cavalos do filme são para mim uma leitura confusa: os gigantes frisios pretos eram cavalos de batalha muito valorizados na época das Cruzadas, porque tinham estrutura para aguentar o peso de um cavaleiro paramentado e ainda assim eram ágeis e adestráveis, mas o grande Lipizzaner  (o branco) que pertencia ao rei Ricardo e fica com Robin está fora de época e de contexto geográfico. Mas ele é MUITO fotogenico, convenhamos, mais que o proprio Russel Crowe.
O grandão Golias, que arava a terra de Marion é um rouncy, uma raça mista muito forte de tração pesada. Os outros cavalos mais altos e castanhos dos cavaleiros do exercito estão dentro do contexto, algumas criações de cavalos desta raça indefinida mas de porte atletico eram famosas nos mosteiros do país de Gales e em outas partes da Europa, eram chamados palfrey, e se percebe que os animais usados no filme tiveram adestramento de batalha, porque investem sem medo contra uma parede de escudos e lanças e continuam indo em frente debaixo de uma saraivada de flechas. Nota 10.
Os pequenos poneis islandeses que os meninos da floresta montam eram os cavalos mais comuns em toda a Europa nesta época, que seriam usados pelas pessoas rotineiramente e são descendentes dos cavalos que os saxões trouxeram das regiões nórdicas. O simples fato da produção ter trazido estes pequenos animais para a filmagem já é impressionante, porque foram quase extintos e teem sido objeto de um programa de recuperação genetica há cerca de 30 anos. Nota 10.
Informações sobre estes cavalos podem ser achadas aqui

Tenho algumas duvidas sobre o ritual funerario de Sir Walter Loxley, a cremação era comum na religião celtica, mas absolutamente proibida pela Igreja Catolica dominante na época e lugar em que o filme se passa, porque os catolicos acreditam em ressurreição do corpo, literalmente. O mais provavel, como lorde da vila, é que tivesse sido enterrado num pequeno campanario atrás da igreja.

Os eventos historicos como as batalhas e a invasão tiveram algum acomodamento ao roteiro em termos de datas.  O grande cavalo branco desenhado numa colina na verdade fica em Uffington, mais para o lado do pais de Gales, e não na direção do Canal da Mancha onde ia acontecer a batalha, mas aquele cavalo branco é um marco celta importantissimo na historia de Britania, o antigo país ingles, e eles quiseram provavelmente ligar a figura de Robin montado num cavalo branco à figura do herói celta antigo que o monumento homenageia.  O Rei João Sem Terra na verdade foi morto numa batalha justamente no meio de uma invasão francesa pelo canal ao Sul e uma invasão pelos barões descontentes vindos do Norte.

Outro detalhe de roteiro chama a tenção, o fato de dizerem que o pai de Robin foi um mason ( pedreiro que trabalha esculpindo rochas, a arte da cantaria) e Filosofo, o tema que relaciona estas duas coisas é a Maçonaria, poderiam estar sugerindo que a Maçonaria estivesse por trás da Carta Magna, mas não há evidencias historicas da existencia da maçonaria neste periodo, apenas lendas míticas.

Como Ridley Scott sempre faz, as sequencias de batalhas são impecaveis, desde o prologo da saraivada de flechas, as barcaças de desempbarque, até a escolha de arma que Robin faz ao descer para a praia, uma maça, mais adaptada a quem não costumava manejar espadas.


....continua

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

é isso....

Hoje abro a internet e na pagina que abre o MSN.com vejo a seguinte materia:

"Não é piada, um palhaço iletrado venceu a eleição!"

eu já passei os ultimos meses me explicando para os amigos do mundo afora porque o Brasil apoiava Chaves, Castro, e andava tendo um caso com o Almadinejad ( sei lá se escreve assim)... agora mais essa!
Acho melhor ficar invisivel na internet, é a versão digital do andar com um saco de papel corbindo a cabeça.

Aqui está a reportagem completa, mas chamo a atenção para este trecho:

" His candidacy may not have been as spontaneous or innocent as it might appear.
Tiririca's well-financed campaign will help elect other politicians because under Brazil's election rules he can pass his substantial excess votes on to other candidates in his coalition, which includes the ruling Workers' Party."

"Sua candidatura pode não ser assim tão espontanea como parece. A campanha bem financiada de Tiririca vai ajudar a eleger outros politicos, porque de acordo com as leis eleitorais do Brasil ele com seu numero substancial de votos pode eleger outros candidatos da sua coalisão, o que inclue o Partido dos Tarabalhadores que está  no poder."

saco na cabeça e vamo em frente....
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domingo, 3 de outubro de 2010

janela do tempo



esta imgaem foi feita de dentro da Casa Osvaldo Cruz, parece uma janlea para o passado





fotos aéreas




achei num CD antigo estas fotos aéreas de São Luiz do Paraitinga, tiradas em 2008

solidarios


bichos são sempre solidarios com os donos.... mas os gatos são sempre mais dramaticos

sábado, 2 de outubro de 2010

tradutor de época

Aqui está um pequeno dicionario para ajudar a passar textos dos anos 80 para 2010:

Creme rinse =   Condicionador
Obrigado = Valeu
Collant =  Body
Rouge = Blush
Pó-de-arroz = Pó compacto
Ancião e coroa = Véi
Bailinho e discoteca = Balada
Japona = Jaqueta
Nos bastidores = Making off
Cafona = Brega = out
Programa de entrevistas = Talk-show
Reclame = Propaganda = ad
Calça cocota = Calça cintura baixa
Flertar, paquerar = Dar mole, azarar
Oi, olá, como vai? = E aê?
Cópia, imitação = Genérico
Não dou atenção = Não dou idéia
Curtir = Causar
Agredir verbalmente = fazer barraco
Mamãe, posso ir? = Véiaaaa, fui!!!
Estou bem = Tô de boa
Igual ou parecido com = Tipo assim
Legal, bacana = manêro, irado
Mulher de vida fácil = Garota de programa
Pasta de dente = Creme dental branqueador com nano particulas dessenbilizantes
Cansaço = Stress
Desculpe-me = Foi mal
Oi, tudo bem? = E aê, belê?
Ficou chateada = Ficou bolada
Putz! = Puta que pariu!
Médico de senhoras = Ginéco
Moça saliente = Periguete
Universidade = Facu
Superlegal = Irado
Ficar irritado = entrar na pilha
Preste atenção! = Se liga!
Idiota = Mané
Por favor = Quebra essa
Recreio = intervalo
Lanche = snack
Mulher sem recato = Piranha
Radinho de pilhas = Ipod
Manequim = Modelo - atriz - cantora - apresentadora
detalhe: manequim usava 40, modelo-atriz-cantora-apresentadora usa 36 ou 34
Retrato = Foto, Pic
Mentira = Kaô
Compreendi ,saquei = Tô ligado
Entendeu? = Sacou?
A situação se complicou = a casa caiu
Gafe = Mico
Fofoca = Babado
Qua qua qua = Uhauhauhauha, depois kakakakaka
Fotocópia = Xerox
Brilho labial = Gloss
Folhinha = Calendário
Estelionatário = 171
Vou verificar = Vou estar verificando
Mobral = Supletivo
Vidro fumê = Insulfilm
Tingir uma roupa = Customizar
Dar no pé, ir embora = Vazar
Lycra = Stretch
Tristeza = Deprê
Rádio patrulha = Viatura
Porte atlético = Sarado
Peituda = Turbinada
Professor de ginástica = Personal
Babosa = Aloe vera
Ave Maria!!! = Afffff!!
Caramba!!! = Caraca!!!
Namorico sem compromisso = Peguete
Laquê = Spray
De montão = Pra carai!
Você tem certeza? = Ah! Fala sério!
Estou de acordo = Já é
Banha, pneuzinho = Gordura localizada
Alisamento = Progressiva
Concordo totalmente - Demorô
Boteco no fim do expediente  = Happy hour
Negro  = Afro-descendente
Senhor = Tiozinho
Bunduda = Popozuda
Desculpe, mas esta questão a que você me submeteu é impossível de cumprir! = Nem fudendo!

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eleição, maldição

Gente eu sinto uma necessidade de abrir meu coração, e não é comercial de mortadela....

Eu sempre detestei politica, e por extensão tenho aversão de politicos. Todos me dizem que vou pagar minha lingua porque tenho um filho com estes pendores. Acho que terei que acrescentar mais uma frase à minha preleção anual aos filhos: "mamãe não olha netinhos, mamãe não tira ninguem da cadeia, mamãe não sobe em palanque".

Na minha vida eu vi pessoas que enveredaram para a politica porque um complexo de inferioridade as compelia a buscar toda e qualquer forma de auto promoção, e outros com motivações menos licitas tambem.
Tambem convivi com exemplos bons como a amizade que meu avô teve com Ulisses Guimarães, o grande gentleman da politica brasileira, uma pessoa IMPECAVEL em formação intelectual, moral e ética e tremendamente necessária ao Brasil, que ao contrario dos outros politicos morreu pobre. Como tambem morreu pobre meu sogro, Jose Correa, tambem um devoto da politica honesta e um exemplo de dignidade.

Infelizmente os exemplos bons perderam numericamente de longe. 

Numericamente, esta é a questão.
Winston Churchill disse uma vez: " A maior propaganda contra a democracia é uma conversa de 5 minutos com um eleitor mediano".
Os numeros que elegem os candidatos não são os numeros de pessoas inteligentes e informadas,  que deveriam mudar o país, são os numeros de pessoas que votam por razões que vão desde a fama do cidadão como comediante até a "vingança" machista contra  o sucesso de uma mulher culta ou  o despeito de um reacionario por alguem que teve a coragem de se manifestar e foi exilado politico enquanto ele viveu as mesmas injustiças e ficou acomodado na sua vidinha de sempre só esperando os outros se mexerem para derrubar a ditadura.
Não se esqueçam que numericamente eles já elegeram em 1958 o rinoceronte do Zoologico de São Paulo para vereador. A biografia do candidato, que aliás era fêmea ( dá-lhe mulherada!) está aqui.  Outro detalhe interessante: Cacareco pertencia ao Zoo do RJ e estava emprestado a SP por 6 meses... parece que mudar de base do Rio para SP em busca de votos não é novidade...

Enfim, numericamente, é como se as vacas dos pastos do Brasil elegessem o Ministro da Agricultura.... quais serão as qualidades que eles prezam no seu candidato, e para onde estas qualidades levarão o seu futuro de vacas? 

Tambem estou de saco cheio de receber emails com textos mal escritos e referentes até a eleições passadas, que foram requentados na ansia de colocar algumas frases que possam impressionar os leitores CONTRA algum candidato.
Falar mal das pessoas, levantar calunias e até mesmo criar situações em que estas mesmas pesoas possam se fazer de vitimas não é politica, é terrorismo.
Faça-se propaganda dos aspectos bons e do trabalho que o candidato já fez.

Como boa crente das conspirações me dou o direito de não acreditar em pesquisas eleitorais, escandalos convenientes pré fabricados às vesperas de eleições e manipulaçoes da massa através de religião e de fantoches famosos que captam votos numa eleição onde um candidato pode arrastar consigo outros que não foram votados para posições de poder e são altamente deletérios para o bem do país.

Estou de saco cheio de ter que conviver com um sistema eleitoral que não é inteligente e não me representa, alem de colocar em risco o grande potencial que este país tem no futuro...  embora nossas urnas sejam confiaveis e impeçam mais um tipo de falcatruas como a que elegeu Bush na Florida.

É isso.  Meu voto é pelo voto não obrigatorio. 
Quem tem consciencia e informação vai procurar votar, e a grande massa vai aproveitar o feriado da eleição para fazer um churrasco com pagode, pelada e striptease, que é exatamente o que vai acontecer na Camara Federal e no Senado se forem eleitos Netinho, Tiririca, mulher salada de frutas e jogadores de futebol... que ainda cumprirão a agenda oculta de carregar consigo em sua votação numericamente expressiva outros candidatos deletérios para a nação. Ah e desfile de moda tambem, esqueci do Ronaldo Esper.

Mas eu vou lá, vou votar com a minha informação e consciencia, porque eu não acredito em igrejas, mas acredito em Deus e portanto acredito em milagres.
E esta é a terra dos milagres, Deus deve mesmo ser brasileiro.
As coisas mais inesperadas podem acontecer aqui, lembra da Erundina, o under dog da eleição municipal de São Paulo que era terceiro lugar até o começo das apurações?

Caso interesse, meu voto é da Marina Silva e do Roberto Young, mas pensem por voces mesmos, é mais importante aprender a escolher.

os melhores posts que eu li nas ultimas semanas sobre as eleições foram de

Alexey  http://devir.wordpress.com/2010/09/16/carta-a-marina-silva/

Felipe, estudante de Jornalismo  http://newsyorktimes.blogspot.com/2010/09/eleicoes.html


boa eleição a todos, se o país não virar filial do Irã já tá bom por demais....
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