sexta-feira, 22 de julho de 2011
o portal
Emprestei esta imagem do perfil de um amigo do facebook, porque achei demais.
Este Tori é feito de madeira, e por mais que haja madeiras de lei, resistentes e o escambau, suportar uma explosão atômica e um terremoto, e ficar ali, ereto, firme, a única coisa intacta no campo visual do desastre tem que ser um sinal. Mesmo castigado, destruído, dominado, este povo ainda está sob a proteção das suas divindades.
Símbolo dos santuários shintoístas, o Tori representa a divisão entre o mundo comum e o mundo divino.
É a porta de entrada, feita de madeira, sem qualquer telhado ou muros anexados, formada por duas colunas ligadas por duas vigas; as colunas representam os alicerces que sustentam o céu, enquanto que as vigas simbolizam a terra.
Eu sempre acreditei em sinais, eu acho que muitas vezes nossos protetores e outros amigos de dimensões diferentes tentam nos mostrar coisas. Nem sempre percebemos, é claro.
Me lembro da delicadeza de uma cena do Romeu e Julieta de Zefirelli, quando eu ainda era adolescente, o diretor incluiu um sinal discreto na cena em que Romeu desesperado pede ajuda ao padre para o plano macabro de se fingir de morto. O padre fica na dúvida, e então vê um ramo de flor silvestre com duas flores miúdas amarelas unidas, e entende que deve fazer o que ele pede.
Num mundo onde o concreto, provado, mensurável e óbvio dá o tom de "certo", é dificil aprender a ver e principalmente confiar em sinais. É preciso aprender a ficar aberto a eles.
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