sábado, 31 de outubro de 2009

Dia do Saci


Hoje, dia 31 de Outubro, se comemora no hemisfério norte o Halloween. Todo mundo que foi aculturado pelos filmes americanos vê aquelas abóboras com carinhas, crianças pedindo doces nas portas e fantasias de monstros, fantasmas e coisas assustadoras.

No civilização agrária antiga européia, este dia era chamado All Hollows Eve , a noite de todos os espíritos, e com o passar do tempo o nome foi sendo modificado pela pronuncia variada e chegou ao que é hoje. Nestes cultos pagãos, se acreditava que neste dia o véu que separa o mundo real do mundo astral se abria, e seria possível contato tanto com espíritos bons quanto com os ruins, daí o costume de deixar velas acesas em abóboras com desenhos de faces humanas, para espantar estes espíritos ruins, como se fossem espantalhos de roça iluminados. As famílias faziam jantares nesta noite, pondo à mesa lugares para os membros que já haviam falecido, para recebe-los dignamente no único dia do ano em que podiam se chegar ao convívio dos vivos, e os sacerdotes nesta noite usavam as tecnicas de Scrying ( adivinhação) através de espelhos e vasilhas de água, porque estas superfícies reflexivas representariam imagens do outro lado do véu, do outro mundo. ( vem daí o grande ícone de estoria da Branca de Neve, o espelho mágico)

Nada contra esta festa, contra estas crenças e principalmente contra prestar respeitos aos membros de nossa família que se foram.

O que não pode, em termos culturais, é a meninada do Brasil não conhecer seu próprio folclore, suas próprias assombrações como o Saci, a Mula sem Cabeça, o Boi Tatá, Curupira.... e as escolas fazerem festas de Halloween ao inves de cultivar o nosso folclore!
Aqui em São Luiz do Paraitinga, um grupo de membros de Universidades, jornalistas e educadores formou a SOSACI , Sociedade dos Observadores de Saci, aproveitando que neste lugar muito do folclore brasileiro ainda se mantém, e eles se associaram com pessoas do Brasil inteiro que pensavam da mesma forma, num movimento que resultou, em 2005 com a assinatura de uma lei que criou no dia 31 de Outubro o Dia do Saci.

A SOSACI faz uma tremenda Festa do Saci aqui todos os anos, com eventos culturais, lançamentos de livros, shows, e principalmente eventos que valorizem os antigos contadores de causos e músicos que ainda mantém o folclore vivo, como orquestras de viola, e os flautins Matuá. Escolas e professores são convidados, e tanto as crianças quanto os adultos têm atividades durante 3 dias.
A programação da festa está aqui.


aqui, as abóbra nóis comeu cum carne seca!
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domingo, 25 de outubro de 2009

Heróis de Verdade

O conteúdo deste post me foi enviado por uma amiga querida, num PPS chamado "Cuidado com os burros motivados"... e podem me chamar de atrasadinha, mas eu não havia lido a entrevista, de 2005, e achei super importante para nossos filhos que estão se formando e ingressando agora num mercado de trabalho e numa vida que estão meio sem nexo.


Entrevista publicada na Isto É em 2005, feita por Camillo Vannuchi com o Psiquiatra e Psicoterapeuta Roberto Shinyashiki, autor do livro " Heróis de Verdade".

Observador contumaz das manias humanas, Roberto Shinyashiki está cansado dos jogos de aparência que tomaram conta das corporações e das famílias. Nas entrevistas de emprego, por exemplo, os candidatos repetem o que imaginam que deve ser dito. Num teatro constante, são todos felizes, motivados, corretos, embora muitas vezes pequem na competência. Dizem-se perfeccionistas: ninguém comete falhas, ninguém erra. Como Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) em Poema em linha reta, o psiquiatra não compartilha da síndrome de super-heróis. “Nunca conheci quem tivesse levado porrada na vida (...) Toda a gente que eu conheço e que fala comigo nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, nunca foi senão príncipe”, dizem os versos que o inspiraram a escrever Heróis de verdade (Editora Gente, 168 págs., R$ 25). Farto de semideuses, Roberto Shinyashiki faz soar seu alerta por uma mudança de atitude. “O mundo precisa de pessoas mais simples e verdadeiras.

ISTOÉ – Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

ISTOÉ – O sr. citaria exemplos?
Shinyashiki – Dona Zilda Arns, que não vai a determinados programas de tevê nem aparece de Cartier, mas está salvando milhões de pessoas. Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito “100% Jardim Irene”. É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTOÉ – Qual o resultado disso?
Shinyashiki - Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

ISTOÉ – Por quê?
Shinyashiki- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTOÉ – Há um script estabelecido?
Shinyashiki –Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa O aprendiz? “Qual é seu defeito?” Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: “Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.” É exatamente o que o chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: “Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir.” Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

ISTOÉ – Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki – Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTOÉ – Está sobrando auto-estima?
Shinyashiki –Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parece que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTOÉ – Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki – Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: “Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham.” Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTOÉ – O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Shinyashiki – Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTOÉ – É comum colocar a culpa nos outros?
Shinyashiki – Sim. Há uma tendência a reclamar, dar desculpas e acusar alguém. Eu vejo as pessoas escondendo suas humanidades. Todas as empresas definem uma meta de crescimento no começo do ano. O presidente estabelece que a meta é crescer 15%, mas, se perguntar a ele em que está baseada essa expectativa, ele não vai saber responder. Ele estabelece um valor aleatoriamente, os diretores fingem que é factível e os vendedores já partem do princípio de que a meta não será cumprida e passam a buscar explicações para, no final do ano, justificar. A maioria das metas estabelecidas no Brasil não leva em conta a evolução do setor. É uma chutação total.

ISTOÉ – Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Shinyashiki –Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: “Quem decidiu publicar esse livro?” Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTOÉ – Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Shinyashiki – O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTOÉ – Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Shinyashiki – A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: “Você tem de estar feliz todos os dias.” A terceira é: “Você tem que comprar tudo o que puder.” O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: “Você tem de fazer as coisas do jeito certo.” Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete, levando os filhos para brincar.

ISTOÉ – O sr. visita mestres na Índia com freqüência.Há alguma parábola que o sr. aprendeu com eles que o ajude a agir?
Shinyashiki –Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz.” Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis. Uma história que aprendi na Índia me ensinou muito. O sujeito fugia de um urso e caiu em um barranco. Conseguiu se pendurar em algumas raízes. O urso tentava pegá-lo. Embaixo, onças pulavam para agarrar seu pé. No maior sufoco, o sujeito olha para o lado e vê um arbusto com um morango. Ele pega o morango, admira sua beleza e o saboreia. Cada vez mais nós temos ursos e onças à nossa volta. Mas é preciso comer os morangos.

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Sapato velho


Tem certas músicas de que, de repente, depois de uns 20 anos (para quem já viveu tanto... claro) a gente sente saudades.
O Grupo Roupa Nova é tudo de bom: apuro tecnico musical, excelentes vocais e as músicas, além de melodias marcantes têm letras que realmente querem
dizer alguma coisa.


Sapato Velho Grupo Roupa Nova
Composição: Mu - Claudio Nucci - Paulinho Tapajós

Você lembra, lembra Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos Um jeito de herói
Era mais forte e veloz Que qualquer mocinho
De cowboy...

Você lembra, lembra Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas Prá poder buscar
Flores-de-maio azuis E os seus cabelos enfeitar...

*Água da fonte Cansei de beber
Prá não envelhecer
Como quisesse Roubar da manhã
Um lindo pôr-de-sol
Hoje não colho mais As flores-de-maio
Nem sou mais veloz Como os heróis...

*É! Talvez eu seja Simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo Se você quiser
Basta você me calçar Que eu aqueço o frio
Dos seus pés...

repete * *

voce pode ouvi-la aqui ...
este DVD acústico (1 e 2) deles é uma das coisas que precisa estar na lista da ilha (coisas indispensáveis que voce levaria para uma ilha deserta, onde é claro, deverá haver eletricidade!)

além do Sapato Velho, ouça músicas como

Dona
Volta pra mim
Começo, Meio e Fim
Já nem sei mais


para alegrar qualquer dia cinzento


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sábado, 24 de outubro de 2009

o velho bode

Pode parecer desrespeito, mas não é.
Há anos eu o chamo de "velho bode" porque esta foi a forma "carinhosa" como ele foi chamado pelos combatentes durante os anos de guerra. Tem conotações de virilidade, teimosia e combatividade, porque todo mundo sabe como são os bodes...
Pois é, o velho bode sempre foi um dos meus ídolos, porque era mau humorado, sarcástico, inteligente e tinha um quê que raposa... quando eu crescer quero ser como ele.
Por causa dele comecei a colecionar frases e citações, daquelas que uma pessoa escreveu e define tão bem alguma coisa que seria estupidez falar sobre a mesma coisa... no entanto ele mesmo ridicularizava quem citava frases dos outros, talvez porque nunca precisasse disto, era uma máquina de criar frases perfeitas. (ele disse: colecionar frases e citações é uma coisa boa para aqueles que não têm instrução)

Aqui vão algumas da frases dele, e com uma tradução livre em baixo:

Those who can win a war well can rarely make a good peace and those who could make a good peace would never have won the war. ( Aqueles que têm condições de ganhar uma guerra raramente sabem construir a paz, e aqueles que podem construir uma boa paz jamais ganhariam uma guerra)

Personally I'm always ready to learn, although I do not always like being taught. ( Pessoalmente, estou sempre pronto para aprender, embora nem sempre goste de ser ensinado)

History will be kind to me for I intend to write it. ( A História me será favorável, porque pretendo escreve-la)

He has all the virtues I dislike, and none of the vices I admire.
( Ele tem todas as virtudes de que não gosto e nenhum dos vícios que admiro)

I never worry about action, but only about inaction. ( Nunca me preocupo com ação, apenas com falta de ação)

An appeaser is one who feeds a crocodile, hoping it will eat him last. (Um homem cordato é alguem que alimenta um crocodilo na esperança de ser o ultimo a ser comido)

War is a game that is played with a smile. If you can't smile, grin. If you can't grin, keep out of the way till you can. ( A guerra é um jogo para ser jogado rindo. Se voce não consegue rir, sorria. Se voce não consegue sorrir, mantenha-se afastado até que consiga)

The best argument against democracy is a five-minute conversation with the average voter.( O melhor argumento contra a democracia é uma conversa de 5 minutos com um eleitor mediano)

If you go on with this nuclear arms race, all you are going to do is make the rubble bounce. ( Se voces continuarem com esta corrida de armas nucleares, tudo que vão conseguir é fazer a porcaria espirrar de volta)

I have taken more out of alcohol than alcohol has taken out of me. ( Já consegui mais do álcool do que o alcool conseguiu de mim)

The length of this document defends it well against the risk of its being read. ( A extensão deste documento o protege muito bem do risco de ser lido)

To build may have to be the slow and laborious task of years. To destroy can be the thoughtless act of a single day. ( Construir pode ter sido um esforço lento e duro de anos. Destruir pode ser um ato impensado de um único dia.)

A joke is a very serious thing. ( uma piada é uma coisa muito séria)

E mais duas estorinhas:

Ele recebeu um convite de Bernard Shaw para a estréia de uma peça, onde Shaw escreveu: Tenho a honra de convida-lo...etc... traga um amigo, SE TIVER ALGUM. Sir Winston respondeu: infelizmente não poderei ir à estreia, mas irei a alguma das proximas apresentações, SE HOUVER ALGUMA.

O general Montgomery, egocêntrico, fazia um discurso de agradecimento: " não bebo, não fumo, não prevarico, sou um herói"... Sir Winston, na platéia, comentou com a pessoa ao lado:
" pois eu bebo, fumo, prevarico ... e sou o chefe dele!"


esse é o homem!

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

sangue azul

Inaugurando esta nova seção, Cultura Inútil, veremos como surgiu este termo "sangue azul" para identificar a nobreza.
Esta aqui tirei do um livro de Simbolos, no tópico que falava da cor AZUL.

" Na Idade Média, blasfemar era um pecado mortal, e os camponeses jamais se arriscavam a nele incorrer; os senhores feudais, porem, costumavam faze-lo sem o menor escrupulo, até o dia em que certo jesuíta, favorito do rei, proibiu-lhes de empregar o nome de Deus em suas blasfêmias prediletas. Eles contornaram esse dificuldade substituindo o nome de Deus por azul ( em francês soam muito parecidos, Dieu e Bleu). e foi assim que as imprecações se modificaram:
par la mort de Dieu (pela morte de Deus!) virou morbleu
sacré Dieu (Santo Deus!) virou sacrebleu
par Dieu ( por Deus!) virou parbleu
par le sang de Dieu ( pelo sangue de Deus!) virou palsembleu...

A criadagem, que frequentemente ouvia a última palavra tônica da imprecação, retinha apenas o final, ou seja, sang bleu (sangue azul), e como o uso destas blasfêmias era privilégio da nobreza, para distinguir um nobre de um plebeu os criados costumavam dizer " Esse é um sangue azul"
(P.G.Villeneuve Saint-Georges)

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o Grande Irmão


Acho que finalmente chegou o 1984 de Orwel...
o Grande Irmão já está entre nós, e já pode controlar cada passo de nossas vidas.


Numa comunidade do orkut onde se falava de realidade virtual, um jovem programador deixou estas linhas assustadoras:

"Estamos prestes a começar a usar na internet uma versão nova de IP, chamada IPv6, isso, possibilitará a criação de um IP para cada individuo, inclusive, os novos eletrodomésticos terão um IP próprio também.
Chips chamados Rfid estão sendo utilizados nos novos passaportes e já estão disponiveis em forma de implante também. O que é o Rfid? São chips de localização e de integração, soluções médicas estão sendo criadas com o Rfid. Você implanta um no corpo e qualquer alteração no sangue, diabetes,etc é transmitido um sinal para um computador e você é avisado.
Qual o problema disso tudo???
Meu medo é que, com o IPv6 e o Rfid nossa vida estará sendo totalmente controlada... todas as transações financeiras, comunicação via web vai depender do seu chip... não preciso dizer que se, eventualmente, desligarem seu chip, toda sua integração social será cortada, já que tudo se baseará na tecnologia."
(o diálogo inteiro pode ser visto aqui)


Bom a grande pergunta nem é sobre a coisa do controle de finanças ( meninos do IR, eu não estou falando mal de voces!), é onde o controle pode ser exercido pela pequenez dos homens, em perseguições políticas, ou pessoais, ou corporativas... qualquer indivíduo que incomode poderá ser "deletado" ou perseguido através destes chips.

Se eu tivesse um grau um pouco maior de paranóia já teria dificuldades de dormir pensando que os satélites militares estão olhando dentro do meu quarto, e porque não dentro da minha cabeça? Agora vão saber tambem se eu tenho pressão alta, coceira, insônia???? Só está mesmo faltando botar o nome na coisa de Skynet como no filme....
Vão se catar!

Está ficando cada vez mais na hora de me mandar e ser eremita no deserto...

Já não dá mais para dizer "Pára o mundo que eu quero descer!",porque com o chip implantado o satélite vai saber para onde eu fui, então alguem traga o Exterminador do Futuro de volta rapidinho!





quinta-feira, 22 de outubro de 2009

volta à questão da ordem

Depois do post sobre o caos das pessoas que guardam coisas e tranqueiras em casa, e talvez por dentro, um amigo de longa data fez o comentário:
"Sugiro que a partir de agora guardemos somente as boas recordações, os bons amigos, os bons momentos... enfim apenas coisas que nos dão prazer... reservemos sempre espaço para isto..."

Eu ia acrescentar um comentario depois do dele, mas acabei vindo para fazer outra postagem, porque percebi aí uma grande diferença entre as pessoas, ou talvez, entre mentes diferentes.

É totalmente positivo guardar apenas boas lembranças, não guardar mágoas, nem se lembrar de coisas que foram difíceis ou dolorosas... mas eu acredito que mesmo tendo esta atitude de forma consciente, é o contraponto destes bons momentos, que ficou no nosso incosnciente, que nos faz valoriza-los.

No fundo, mesmo, do baú, ainda que escolhamos ver as boas fotos, estarão lá tambem as ruins, que de certa forma servem como referência para ajustar nosso foco diante da vida depois de "alguns" anos de experiência. Não estou achando nada mal o patamar dos 50 que se aproxima... aprendi a ver a idade não como inimiga, mas como uma mudaça de nível no video game da vida, que nos permite ver as coisas de um patamar mais alto.

Toda planta, como a vemos hoje, é resultados de ciclos de seca e de chuvas.
Todo relacionamento novo vai carregar em si o que foi aprendido em experiencias ruins, daí muita gente acredita que os "amores de outono", na vida de pessoas maduras, são os que têm mais chance de dar certo.

Acho que sempre existem pelo menos 2 escolhas em tudo, e neste caso talvez sejam mesmo 3:
- apagar tudo que foi ruim, e só ficar com o bom
- apagar tudo de bom e só ficar com o ruim
- conservar bom e ruim lado a lado, e andar no caminho do meio

A primeira é uma escolha de vida de pessoas leves, bem humoradas, como sempre foi certamente meu querido amigo, pessoas que sempre trazem luz para a vida dos que estão em volta, mesmo diante das maiores dificuldades. Otimista, positivo.
A segunda é a escolha do Urtigão, um personagem de cartoon que sempre vê o pior em tudo e em todos, carrega sobre sua própria cabeça uma nuvenzinha de chuva e trovoadas e na mão um bacamarte. Crítico, cético, pessimista.

A terceira, se eu tivesse que qualificar, talvez chamasse a escolha do guerreiro.
Um velho guerreiro que prefere ostentar as cicatrizes das guerras que já lutou e usa o que aprendeu delas em sua novas batalhas.
Nunca vai ser leve, nem pesado. Nunca vai ter toda a luz, nem todas as trevas.
Ninguem pode ser treinado para antecipar a maldade e a dor dos outros e permanecer otimista. Mas o que aprendeu ao sofrer estes golpes ele pode usar para que outras pessoas não tenham que sofrer a mesma dor, então não é pessimista, porque as suas cicatrizes lhe dão o poder de combater as trevas.
Talvez seja o caminho que seguem as pessoas que lidam com sofredores, como os médicos, enfermeiros, terapeutas, com certeza é o caminho das mães, dos líderes dedicados, talvez dos religiosos mais inspirados. Realista, prevenido, alerta. Certamente é o caminho dos signos de Escorpião e Peixes.

De todo jeito, haja espaço no baú para guardar tranqueiras, porque
o primeiro tem que guardar o Sol,
o segundo a Tempestade,
e o terceiro a Espada e o Escudo.

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Deixa chover


Já são dois dias, agora, de chuva forte, quase sem sol.... não dá para caminhar, nem para mexer nas plantas, o que resta é ficar em casa ruminando e tentando arrumar armários cheios de sombras e dúvidas.

A pouca luminosidade deixa a gente meio desanimado, sem saber direito o que quer... e pensando como conseguem viver os amigos do Norte da Europa e do Canadá assim meses com esse céu cinza-ratinho... o que nos leva por sua vez a pensar QUE FALTA faz um bom dia de serviço bem ocupado, daqueles em que não se tem tempo nem de olhar pela janela!

Depois de um dia desses alguem comenta: que chuva, hem? e voce diz....uai, choveu?

Não é irremediável, houve nesgas de sol, momentos em que as nuvens titubearam e ele apareceu Solrrateiro ... mas não emplacou.

É claro que é bom para as plantas, para o ar, para os pássaros e toda forma de vida que não embolore como eu, e a gente tem que aprender a agradecer que não houve enchente, nem furacão, nem chuva de pedra... talvez a falta de serviço seja mesmo o que faz reclamar!

Me lembro de uma música do Guilherme Arantes, que conseguia deixar até um dia assim animado:

Deixa chover

Certos dias, de chuva Nem é bom sair
De casa, agitar É melhor dormir...

Se você tentou E não aconteceu
Valeu!
Infelizmente nem tudo é Exatamente como a gente quer...

As pessoas Sempre têm
Chance de jogar De novo e errar
Ver o que convém

Eeceber alguém No seu coração Ou não!
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer...

Deixa chover Ah! Ah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito Tem um fogo ardendo
Que nunca vai se apagar...

Deixa chover Ah! Ah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito Tem um fogo ardendo
Que nunca, nada Nada vai apagar...

Deixa Chover!...
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é preciso ordem


Como podem ver, pela capa do livro ao lado, a bagunça é uma instituição tão antiga e tão duradoura que já existem manuais para se livrar dela, uma nova corrente nos livros bobos de "auto ajuda". ( Sempre achei este termo idiota, porque se voce precisa ler alguma coisa que outro doido escreveu é porque voce não consegue se AUTO ajudar!)

Já nem sei como por ordem nas minhas coisas... tem livros ainda encaixotados desde a mudança, de que eu tenho muita saudade porque estão inacessíveis há mais de 3 anos, um consultório encaixotado, e agora o conteudo de 2 ateliers encaixotado, ou seja: não sobrou espaço para criar e pintar no meio de tanto material de pintura....

A ordem é necessária, porque se reflete no nosso interior. Sem ordem ao redor, as ideias ficam confusas, sem rumo, e uma pessoa pode acabar escrevendo um blog idiota....

As tradições de medicina de energias orientais, shamanicas americanas e kahuna havaianas todas explicam que a energia precisa ter livre circulação no espaço em que vivemos, para que se possam produzir mudanças, novidades, progresso.
Mas eles não teem que viver nos apartamentos de hoje em dia de São Paulo, onde um quarto de casal deixa apenas 60cm de espaço de cada lado da cama pequena!
Queria muito trazer um cara desses a meu espaço, e ver o que ele faria para "circular" energia aqui. (falar de eliminar acumulos morando num mosteiro, numa tenda ou numa barraca é faaaacil)

O resumo da ópera: todo mundo PRECISA de um espaço onde armazenar tranqueiras e coisas extremamente úteis que no momento não estão servindo pra nada ( tipo maridos stressados).
Chame de quarto de despejo a classe média, sótão a classe rica ou laje a classe operária, todo mundo tem tranqueiras que precisa guardar, não sabe pra que, mas precisa.
É uma questão de segurança emocional. Tranqueira é terapêutica.Tranqueira é fonte de esperança.
Se eu guardar as roupas legais que me serviam anos atrás, quem sabe, um dia, ainda posso entrar nelas de novo! (como se isso fosse me fazer voltar à quele tempo....)
Se eu guardar aquele móvel querido, velhinho, quem sabe um dia posso ainda reforma-lo! (como se a tia avó que vivia sentada nele fosse voltar...)
Se eu guardar aquelas apostilas de conversação em árabe, quem sabe, um dia, ainda terei oportunidade de estuda-las! (sem comentários)

Nessa hora a gente acaba admirando a liberdade que um morador de rua tem, ele pode ir pra onde quiser, tudo que ele precisa está na sacola .
E não é uma questão de aplicar a Lei do Desprendimento, de dar o que voce não precisa para outros... a gente está guardando apenas o que PODERÁ ainda precisar no futuro.

Se o analista perguntasse ao novo cliente: me conta TUDO que está guardado no sótao da sua casa ( sim, porque nem quem guarda no quarto de despejo nem quem guarda na laje tem grana pra pagar alguem para analisar os seus pobRemas), bom, se ele fizesse logo de cara esta pergunta já teria material para anos de renda segura....

E tem os documentos!!!! Aquelas maravilhas, papéis e mais papéis, "eles" (irrrk) pedem pra guardar dos ultimos 5 anos, mas para que ser miserável, a gente já guarda logo de 20 anos.... e junto a gente aproveita e põe fotos antigas, cartas ( ve-se que eu sou do tempo em que correio vinha com selo e envelope), bilhetes, dedicatórias, cartões de natal, cartões postais..... e quando vê cada pasta de 1 ano tem mais ou menos 3 kg.

Pela tranqueira que cada um guarda, a gente pode saber o que é importante na vida dessa pessoa ( ou o karma que ela tem!)...

- os atletas guardam aparelhos de ginástica que sairam de moda, halteres, se bobear até um saco de areia gigante no armario e luvas de box penduradas na porta...
- os informados guardam jornais com manchetes importantes, revistas, etc...
- os pais guardam brinquedos que já cansaram a criOncinha, e mais roupinhas que perdeu, andador, cadeirão, cercado, aqueles bichos de pelúcia ENORMES que quando alguem dá pro nosso filho no aniversário a gente faz aquele sorriso amarelo, pensando que só vai caber ele ou a criança no quarto....
- as prendadas guardam retalhos de costura, lã para tricô, agulhas, linhas, maquina de costura, roupas para reformar, panos que sobraram de outras coisas, linhas de bordar, botões antigos....
- os empresários guardam tudo que já usaram, não estão usando mais, mas podem precisar... balcões, mesas, móveis de escritório, prateleiras, lustres, cortinas, geladeiras e freezers, caixas registradoras... esses sim, precisam de muuuuuito espaço.
- os emocionais guardam trocentos bibelôs pequenos, todos cheios de curvas e buracos onde acumulam pó... castiçais, vasos, cinzeiros, aqueles presentinhos de resina que a gente ganha a torto e a direito (maldita industria chinesa!), alguns objetos de porcelana que foram da vovó, aquelas inevitáveis tranqueiras de prata que a gente ganha quando casa e fica condenado a limpar regularmente pro resto da vida, quadros e fotos que já estão completamente desbotados...
- ah, e tem a cozinha! sabe aqueles aparelhos ma-ra-vi-lho-sos que fazem mil coisas e que voce fica super feliz quando compra? Pois, é, quando voce descobre que é um inferno limpar todas aquelas partezinhas desgraçadas para de usar, e daí eles vão se acumulando no armário da cozinha.... o troço que rola massa de macarrão feito em casa; a fritadeira maligna que fez voce aprender que batata frita se come no restaurante; o descascador picador massageador de legumes que corta a mão na hora de lavar; a coisa que faz suco de qualquer outra coisa e gera bagaços que voce deveria, se fosse ecologicamente consciente, aproveitar para fazer bolos e tortas estranhos que só um ruminante comeria; a máquina de fazer pão, com centenas de receitas que nunca deram certo e que voce aposentou depois que enjoou de comer aquele "pão" todo dia de manhã... e por aí vai, a cozinha é um lugar de constantes maravilhas.
- bom acho que daí vem o armarinho de remédios... dependendo da intensidade da sua hipocondria, ele pode variar de uma pequena caixa até um armário de 4 portas, mas com certeza TUDO que está lá, há anos, já fora do prazo de validade e de sanidade, TUDO aquilo é extremamente necessário. Seu psiquiatra, seu homeopata, seu ortomolecular e o seu veterinário (bicho soooofre!) garantiram.

O que fazer quando as coisas já se acumularam tanto que a bagunça venceu voce, a desordem assumiu o controle e voce começou um blog?

Bom a melhor coisa que pode acontecer na vida de qualquer um que acumule tranqueiras é uma mudança de casa.

Sabe uma daquelas em que voce vai para um lugar onde não cabem os seus móveis, tem 2 quartos a menos e ainda por cima não tem empregada e nem parentes que ajudem (porque parente tem o karma de ajudar numa hora dessas!)?
Uma mudança é um poderoso instrumento de cura, tem o poder de eliminar tudo que é desnecessário na sua vida, tudo que não cabe, não serve, não é adequado nem indispensável (e volta a imagem do marido stressado!).

... hummm pensando bem, talvez seja hora de eu me mudar de novo, já que eu sou emotiva, prendada, leitora, documentista, culinária, ex empresária...


Depois dessa, só mesmo a "última" mudança, aquela que vai te levar para um lugar onde não se leva NADA.
E ainda periga São Pedro perguntar na porta:
Filho, pra que esse balde?

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aqui tem um blog com um texto muito legal sobre bagunça
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adendo de Fevereiro de 2010:
a enchente de São Luiz do Paraitinga concretizou a profecia de que apenas uma mudança drastica, imediata e inesperada poderia por ordem na minha bagunça. Sou agora uma sem tralha, sem teto e sem espaço para acumular nova tralha.
Liberador, indeed.
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domingo, 18 de outubro de 2009

as muitas faces de Deus


Eu sempre tive atração por estas imagens indianas, mesmo antes da mega lavagem cerebral da novela



É interessante notar que em qualquer religião os homens precisam fazer os Deuses terem imagens semelhantes a ele, para se sentir mais próximos, ou talvez mais compreendidos pelos ditos seres espirituais.
Mais interessante ainda é notar que mesmo em lugares completamente distantes, as imagens de Deuses semelhantes e com caracteristicas semelhantes de aparência se desenvolveram independentemente, portanto, já residiam no interior do homem universal, que as desenhou semelhantes sem referencias prévias.


As Deusas do amor sempre estão cercadas de cisnes, conchas do mar e pombas, sejam elas de onde forem. O Deus Sol sempre tem uma carruagem com mais de 300 cavalos (uma Maseratti!), e por aí vão as semelhanças entre eles, porque o homem, onde estiver, onde for criado, é semelhante a todos os outros homens que já viveram.













Talvez seja a fragmentação do espírito do próprio homem que o faça criar tantos Deuses e Deusas, que cuidem cada um de um determinado aspecto da vida, ao invés de enxergar uma única fonte criadora que é imaterial e impossível de retratar.
Talvez assim fragmentados, eles se tornem mais confortáveis, digeríveis, para a mente e emoções humanas.




Na essência de toda busca do Divino, sempre houve uma única razão de ser da procura de Deus: a necessidade.

A necessidade de entender o mundo, de vencer os elementos, de aceitar a fragilidade e impermanência da própria vida frente a um Universo imensurável.


Ananke, era como a chamavam os gregos, e por este nome os ciganos a cultuam até hoje. Ananke era a Necessidade, aquele buraco que precisa ser preenchido nos corações e vidas humanos para que a vida se torne suportável.
Ananke, mais do que a mãe de todos os deuses, era a mãe da religiosidade, que provê uma solução para eliminar estas necessidades particulares de amor, saúde, riqueza, inteligência, sorte.... e por sua vez acabam tendo, cada uma destas necessidades, uma face humana ou zoomórfica que representa um canal para a solução.

Estas imagens indianas são belíssimas, e contam na riqueza do colorido, composição e fantasia as estórias que mitigaram os espíritos humanos e suas necessidades por milênios.
É bobagem pensar que que os indianos, bem como os católicos, com seus montes de santos, são idólatras. Na visualização particular de uma necessidade atendida, eles têm o tempo todo a consciencia de que a imagem em questão é apenas um canal para o criador, e sabem que ELE, em última instância, é conhecedor e mitigador de cada necessidade humana.

Mas é interessante porque este se tornou um recurso particularmente eficaz em termos neurolinguísticos, é muito mais fácil uma mente simples canalizar uma ideia bem definida dirigida através de um canal bem definido e assim tornar real o que precisa, do que obter resultados visualizando um grande e completo ser amorfo e todo potencial .

A programação da mente humana é bem básica, e quanto mais direta e compartimentada a meta ideal, melhor o resultado será frente às expectativas porque a energia mental será projetada com foco total no objetivo.

 Existem certas tradições religiosas que são sofredoras do maior mal que os gregos conheceram: Hubris, o orgulho intelectual. Elas acham que só o Deus delas é verdadeiro, só a maneira como eles o vêm é verdadeira, e só através do mundo deles a verdade sobreviverá.

Esta é a pior forma de pobreza que pode haver para o espírito humano, porque nega a própria essencia de universalidade divina que sabe se manifestar de forma sólida em culturas tão distantes, pelo simples fato de ser um terreno igualmente pertencente a todos os seres humanos.

fonte da imagens: www.astrogyan.com

Observação: notem que na quinta figura, em cima, há um desenho de uma suástica. Vale lembrar que na India a suástica representa uma cruz ( matéria) em movimento, quer dizer, ela representa a transitoriedade e ciclicidade do mundo. Eles já a usavam assim milhares de anos antes que os nazistas se apropriassem e deturpassem o simbolo.

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

torre de Babel

Acabei de ficar rosa chiclete, pasma, com a coisa global da internet. O contador que instalei no começo do mês no blog revela coisas inacreditáveis.

Mas antes peço desculpas pelo que pode parecer pretensão, ele começa a contar a partir de 10.000 porque eu nasci na quarta dinastia (levei um dia inteiro para conseguir por a engenhoca a funcionar) e não soube configura-lo, eu entendi que ele iria contar ATÉ 10.000 e não a partir de 10.000, e não tinha como voltar para acertar a coisa toda.

Bom, olhando hoje as estatísticas, fiquei sabendo que tenho 1 leitor na Noruega, 1 na Finlândia, 1 na Hungria, 1 na Índia, 2 na Arábia Saudita, 19 nos EUA, 12 na Inglaterra e mais 1 em outros 13 países. Isso afinal explicou porque o blog tinha picos de leitura durante a madrugada aqui do Brasil...

Aí minha imaginação começa a funcionar... serão brasileiros longe de casa a quem esta baboseira na lingua natal já encanta? (uma possibilidade, visto que só escrevo em portugues) Serão conhecidos antigos, amigos de amigos? O que poderiam minhas sandices ter a dizer para estes amigos de tão longe, morando em locais de tão diferentes culturas?

Que responsabilidade!

Não tenho como receber recados de voces (porque não consegui instalar um livro de visitas....), visitantes de lugares distantes, se puderem me enviem um email dizendo como me acharam e o que gostariam de ver do Brasil!

Hello people from other countries, please send me an email, I would like to know how you found my blog and what you would like to know about Brazil!

paulafcg@hotmail.com

Por enquanto, a cada um de voces / For now, to each one of you

OBRIGADA!
Thank you Dankon al vi Toda raba Dankie Mamnuun Grazias Merci Sag Olum Mila Esker Dhanyabad Trugarez deoch´ Bladodarya Gràsce Mercés Urako Durdala dywy Merastawhy Mange Task Paljon Kiitoksia Vielen Dank Merci Villmahl Aguije Mahalo Köszönöm Go Raich Maith Agat Shukryia Gramaci Gestena Jag Tackar Askwali

( neste site há expressões como Obrigada, Ola, e outras em montes de línguas diferentes)

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

o crime da mala


Bem, todo mundo eventualmente tem que arrumar uma mala. Se é para passar muito ou pouco tempo, ir para muito ou pouco longe de casa, não importa, o problema de arrumar a mala é o mesmo.
Na verdade eu acho que já se eliminaria meses de anáise se na primeira consulta o terapeuta perguntasse ao cliente: me diz como voce arruma uma mala e tudo que leva nela.

Existem vários pontos importantes no ato de arrumar uma mala: organização, prioridades, motivo da viagem, objetivos no destino, e enfim, o tamanho da mala, porque carregar a mala é um saco.

Tem pessoas que são extremamente organizadas: roupas de baixo num cantinho, bolsinha de artigos de higiene, remédios todos marcados com indicações de dose e efeitos, sapatos embrulhados em plasticos... eles chegam ao ponto de enrolar as camisetas de forma que elas não amassam, não sei como, jé tentei milhões de vezes e as minhas sempre parecem paçoca! Já outras pessoas usam uma ordem própria que só eleas entendem, e espalham coisas como sabonetes e outras miudezas nos buracos da mala ( e quando puxar uma peça de roupa vai cair tudo, religiosamente espalhado em locais de dificil acesso pelo chão do quarto de hotel).


Aí vem a questão da partícula condicional, SE, pequena palavra na gramática mas uma grande maldição na hora de fazer as malas. SE chover, o que eu usarei?
Daí vem: SE tiver oportunidade de dançar... SE tiver tempo bom.... SE tiver que trabalhar e sair direto pra a balada.... SE conhecer alguem interessante... SE precisar comprar mais coisas.... SE precisar mudar de hotel... SE a viagem se esticar.... SE me convidarem pra fazer uma apresentação... SE, SE, SE ...
Quanto mais prevenida uma pessoa for, mais o SE maligno tem poder sobre ela, e mais tranqueiras desnecessarias serão carregadas pra lá e pra cá.

O que você leva em uma mala?
Bom, em primeiro lugar esta é uma diferença gritante entre os sexos: como no caso dos homens as roupas de trabalho, passeio e sociais são mais ou menos as mesmas peças, a vida deles é bem mais fácil.
Mas uma mulher tem que esquematizar toda uma esfera de situações:

Por exemplo os calçados: 1 para caminhar bastante, 1 de salto para eventuais restaurantes, 1 que dê para dançar, e às vezes até mais pares que combinem com as roupas que está levando, porque sapato infelizmente tem cor (se ele puxa para o azul já não pode ser usado com qualquer roupa, nem mesmo um preto basico combina com todas as cores de roupa!). Ah! esqueci um chinelo se houver praia, e uma bota se tiver fazenda ou hicking na parada.
notaram que aí já vai uma mala inteira só de sapatos?
Isso só para falar dos calçados, já pensou que depois a lista dela ainda vai ter roupas de baixo, roupa de dormir, saias, blusas, calças, camisetas, paletó, casaco de frio, biquinis, cangas, echarpes, bijouterias, produtos para cabelo, maquiagem, perfumes, e talvez até um chapéu amigo para ficar bem nas fotos quando o cabelo está horroroso?

Por causa disso toda mulher começa a arrumar uma mala jogando TUDO isso em cima da cama, e daí vai socando na mala, apertando, até que desconcertada vê que seriam necessárias 4 malas, e então tira tudo para fora, passa de novo a roupa que amassou, faz a primeira triagem de prioridades, mas só elimina 30%, faz a segunda triagem e elimina mais uns 30%, soca o restante de novo na mala, senta em cima para poder fechar, e vai viajar meio insegura e desesperada, porque tem certeza de que vai faltar alguma coisa importantissima ... detalhe este em que ninguem iria reparar ! E quando voltar vai tirar 80% de tudo isso da mala sem ter usado.

Pessoas que viajam muito em excursões sempre têem estorias engraçadas sobre o conteúdo das malas das outras vitimas, digo, excursionistas com quem dividem quarto de hotel.

Alguns ítens notórios:

- os malditos souvenirs que eles compram por onde passam.... alguns exageram, um amigo meu teve que viajar meses com outro amigo que comprou logo na primeira escala uma miniatura da Pietá feita em mármore, grande e pesada, e tiveram todos que ajuda-lo a carregar A COISA pela viagem afora.
Entre essas cositas estão, claro, os chocolates, queijos e cremes cosméticos que podem causar uma catástrofe se vazarem dentro da mala. Tem gente que traz souvenirs pro cachorro, achando que ele vai ficar orgulhoso porque sabe a diferença de ter um osso pra mastigar que veio do Uruguai; os nerds precisam levar o laptop, o MP3, e se bobear até um GPS; os solitários levam o livro que estão lendo e mais um para começar.


- a lista de presentes que os familiares e "amigos" fazem.... voce vai perder boa parte do seu tempo livre procurando coisas específicas em lojas onde você jamais teria entrado por opção própria.... se é que voce viaja para entrar em lojas!

- as malas das crianças, com todas aquelas quinquilharias infernais de que elas precisam, e MAIS os brinquedinhos e o travesseiro preferidos deles para não haver crises de choro de saudade de casa....

- os ítens patológicos: bonecas antigas que "adultas" carregam para dormir junto, bichinhos de pelúcia "da sorte", foto da mãe ( gravíssimo no caso de ser um homem), do cachorro ou da sua casa (veja bem : levar fotos dos gatos é coisa de gente NORMAL!) ; agenda grande de endereços; remédios que nunca precisou tomar antes; duendes e cristais na mala dos esotéricos; bíblia na mala dos evangélicos; o chaveiro do carrão que voce deixou em casa (isso é típico de homem).

Bom, a própria mala, em si já é um ítem a ser considerado: os consumistas claro que preferem malas de grife; os práticos preferem a malas mais resistentes e seguras contra arrombamento; os atletas preferem malas que são malas na hora de carregar, tipo mochilas ENORMES, porque eles PODEM; os carentes preferem malas de família, que fazem lembrar de casa, da mãe, da última viagem; as crianças querem malas com desenhos engraçados que a mãe vai pagar o mico de ficar carregando pra cima e pra baixo; os executivos preferem aquelas malas que acomodam ternos e se dobram, para ficar facil e não amassar; os engenheiros testam o material de que elas são feitas, e avaliam as estruturas delas ( como se alguem fosse construir um predio encima da mala...); os distraídos escolhem uma mala de cor exótica, para ter certeza de que não vão esquece-la num lugar, nem confundi-la com a de outras pessoas; a perua infantil vai de mala rosa choque, a perua perigosa vai de padrão pele de onça; a mega compradora escolhe uma mala que tem dentro outras duas malas dobraveis, para poder trazer de volta cheias de "coisinhas".. e por aí vai.

Daí tem a MALA DE MÃO, uma outra coisa estratégica... porque a mala grande voce despacha, mas daí tem que levar uma mala de mão, com coisas que podem ser necessárias em trânsito, coisas para eventualidades (?), coisas delicadas que podem quebrar, coisas de valor, coisas que voce precisa ter perto de você, coisas que voce não pode se arriscar a perder, coisas de trabalho que voce vai lendo na viagem... e quando você vê, a mala "de mão" já está do tamanho de um cavalo!

Depois disso TUDO, ainda tem o detalhe de que voce pode chegar em Londres e ter que bater boca com uma indiana mal humorada da Imigração que pergunta repetidas vezes " O que voce veio fazer no nosso país?" e depois de se livrar dela descobrir que a sua mala, aquela que deu AQUELE trabalho todo pra arrumar, bem a mala tinha idéias próprias e foi parar na Argentina, para trocar uma ideia com los hermanos!

Fim da viagem, chegamos à hora do embarque de volta: dependendo do lugar do mundo onde voce vai embarcar e o lugar para onde pretende ir, suas malas podem passar pelos mais estranhos procedimentos de segurança: meu record foi em Heathrow, 4 aparelhos de RX , um questionário com 37 perguntas e uma hora de entrevista por causa de uma lata de balas ( claro que a sortuda aqui ia embarcar num vôo vindo da Irlanda, no DIA DE SÃO PATRICIO, quando o nacionalismo irlandês está à flor da pele).

Pelo menos temos a vingança contra os homens, eles podem ficar se gabando a viagem inteira que carregam pouca coisa na mala deles, mas não vai fazer diferença nenhuma porque vão ter que carregar a NOSSA mala tambem.... hehehe

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terça-feira, 13 de outubro de 2009

13 de Outubro/ sexta feira 13


Muita gente sabe que sexta feira 13 é um dia de superstição, um dia péssimo, perigoso, uma coisa já arraigada na cultura ocidental.
Só não sabem de onde veio esta superstição ligada a esta data, que apareceu em 13 de Outubro de 1307, uma sexta feira.


A Ordem Militar dos Cavaleiros Templários, que existiu durante 200 anos fundada logo após a Primeira Cruzada, atingiu um crescimento inimaginável para a época. Eles desenvolveram o que hoje é o nosso sistema bancário, fazendo cartas de crédito na Europa para cavaleiros que queriam viajar para a Terra Santa, onde apresentariam a carta numa das sedes da Ordem e receberiam o dinheiro vivo que haviam depositado na Europa. Eles desenvolveram até a criptografia de dados bancários, porque estas cartas eram escritas num código que só eles conheciam, e tambem faziam empréstimos para quase todos os reinos de então.
Recebendo doação dos seus membros e suas famílias, a Ordem chegou a ter 300 propriedades importantes na Europa e várias outras no Oriente Médio, e uma frota que era a maior daquela época.

Obviamente isso chamou a atenção dos ambiciosos. O Rei Filipe IV da França devia tanto à Ordem dos Templários que nunca conseguiria pagar, então pressionou o Papa Clemente V a declarar a Ordem ilegal e excomunga-los sob falsa denúncia de feitiçaria, de forma que o monarca da região de cada propriedade templaria teria direito a confisca-la.

Eles criaram um plano de inteligencia militar brilhante para a época: cartas foram enviadas para cada posto do exercito do rei e nelas foi determinado, em sigilo, que todas a propriedades templarias seriam cercadas na manhã de sexta feira, dia 13 de Outubro de 1307, de forma que não houvesse tempo para os Templarios se comunicarem e fugirem com o tesouro que possuíam.
Eles foram duramente torturados, e alguns acabaram confessando as baboseiras que o rei e o Papa inventaram, para garantir a validade do golpe.

Durante séculos ficou na mente da população, principalmente da Provença, o terror deste dia, e daí começou a superstição de que toda sexta feira 13 era maligna.

Fatos interessantes:
- ninguem nunca achou o famoso tesouro, nem a frota, que DESAPARECEU sem deixar traços.

- ao ser queimado na fogueira, Jacques de Molay, o chefe da Ordem, lançou uma maldição sobre o rei Filipe e o Papa Clemente, de que em menos de 1 ano se encontrariam com ele no inferno. Os dois morreram bem antes do prazo de 1 ano.

- alguns países nunca extinguiram a Ordem em seus domínios, ela continuou existindo na Escócia, onde se supõe que originou a maçonaria, e em Portugal, onde o próprio Rei era um templário, e para garantir que não aconteceria nenhum golpe legal eles mudaram o nome da Ordem para Cavaleiros de Cristo.
Quem já viu quadros de Pedro Alvares Cabral desembarcando no Brasil usando uma tunica branca com uma cruz vermelha, estava olhando para mais uma conquista dos templários. Muitas famílias e castelos de Portugal pertenceram aos Templarios e tiveram sua propriedade assegurada aos descendentes deles pelo Rei.


- na cidade de Metz, que fica na fronteira entre a Alemanha e a França, o superior da Ordem reuniu seus cavaleiros mais marcados por batalhas das cruzadas, os mais ferozes, e entraram todos a cavalo e completamente armados na sala do tribunal. Ele disse aos juízes : viemos dispostos a lutar com voces até a morte para provar nossa inocencia. ( este tipo de julgamento era comum na Idade Media, se chamava ordália, supunha-se que num combate Deus sempre protegeria o justo). Foram imediatamente liberados e viveram para serem julgados num outro dia. ( eu queria ser uma mosquinha para ver esta cena!)

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

flores do campo e pequenas coisas


Ontem uma amiga que leu os posts intitulados Flores Silvestres me escreveu dizendo: nossa eu sempre vi estas florzinhas em toda parte, e nunca percebi que eram tantas diferentes, para mim sempre pareceram todas iguais!

Bem, eu pensei, isso tambem acontecia comigo, até eu vir para o retiro...

Daí é que eu entendi a diferença: ela ainda está vivendo aquela vida loka de mãe-empresária-universitária em São Paulo, exatamente como eu vivia (e ela ainda acha tempo para trabalho voluntário social regular!).

E COMO, pergunto, uma mulher sensível e sensata cheia de responsabilidades e cobranças pode encarar dupla, às vezes até tripla jornada numa cidade doida, e ainda conseguir ver as pequenas diferenças que existem entre as pequenas coisas?

Me lembrei de uma frase de Mark Twain: "cuidado com a superficialidade de uma vida muito ocupada." Claro que não é uma superficialidade intencional, mesmo porque minha amiga é como eu, uma pessoa que gosta de ver e entender o sentido das coisas.... simplesmente não tem tempo.

Parece que hoje em dia nós todos lutamos muito, nos cansamos e desgastamos.... e tudo isso apenas para manter o sistema funcionando... ele vai sobreviver a nós, e não vai se importar nem um pouco com o que perdemos, o que devíamos ter percebido, o que devíamos ter vivido, o tempo que não brincamos com nossas crianças, a atenção que não demos aos nossos amados. Como esta mesma amiga descobriu anos atrás, a empresa da qual voce veste a camisa, pela qual se mata e onde engole toneladas de sapos para galgar um posto, bem, em uma renunião de 15 minutos ela pode decidir que o seu perfil não se coaduna com a nova imagem que ela quer passar ao público, e voce é descartado sem a menor cerimônia. Ela vai sobreviver, como sempre.

E esse tempo perdido, as florzinhas e o vôo dos pássaros que não vimos vão ser debitados na conta de "cortes por prioridade" com que organizamos nossos dias ocupadíssimos, que de tão cheios ficam vazios.


Mesmo que eu tenha que abandonar o retiro, vou levar comigo esse tempo que eu me dei, essas pequenas coisas que eu aprendi a ver e prezar, as pessoas simples e sinceras que eu conheci.

E lá vai mais um mato daqui (acho que esta é a espécie numero 20, infelizmente ainda não tenho nomes para elas) :


Me invejem!
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domingo, 11 de outubro de 2009

flores silvestres II


Estas são as outras florzinhas do campo, até agora achei 19 diferentes.









flores silvestres I



















Algumas das flores silvestres que temos aqui, em geral são bem pequenas e nascem como mato no meio de outras plantas.
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