sábado, 18 de julho de 2009

Lei do Equilíbrio



O Universo tem que se manter em equilíbrio constante, e para isso alterna fases de produtividade com inatividade, sorte e azar, ganhos e perdas,e assim por diante, para que o equilíbrio se mantenha.

Antigamente se ouvia uma frase " Não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe", mas falta nela o conceito do equilíbrio, da equiparação de forças que mantem o mundo girando sem tropeços, da compensação que existe tanto depois das perdas quanto depois dos ganhos.

Qualquer um que já viveu o bastante para ver que há fases boas e ruins na vida, já percebeu que existe uma tendencia de compensação que atenua os males e minimiza as benesses ao final de um termo de tempo, e assim o que se ganhou e o que se perdeu acabam se equivalendo, e aprende a encarar com cautela as fases boas e com paciencia as fases ruins.

Na verdade isso nos permite encarar os túneis escuros com a certeza de que o Sol vai brilhar mais na outra ponta, uma fé nas Leis Universais mais do que outro tipo de fé religiosa, saber que a maré de sorte muda do mesmo jeito que as estações do ano se seguem.

Para algumas pessoas mais apegadas, encarar as fases de baixa que se seguem a longas fases de alta pode ser muito difícil, um aprendizado duro e desgastante.
Para outros, que surfam de acordo com a maré, a transição é mais facil, a adaptação permite sofrer menos.
Mas o fato é que não se escapa destas alterações, não tem como se viver continuamente numa fase boa e ninguem vai viver continuamente numa fase ruim.

Quando penso nisso é difícil não enxergar o Conde de Montecristo preso durante tantos anos num calabouço por um crime que não cometeu. Não é uma questão de discutir a justiça divina nem a justiça dos homens, porque de ambas não se tem nenhuma garantia, o que se discute aqui é a capacidade de enxergar que mais além desta escuridão vai se abrir uma oportunidade, qualquer que seja o peso que carregamos hoje.

Uma vez li uma coisa que me chocou muito: certos índios sul americanos ( não me lembro de que etnia) na época da colonização morriam quando aprisionados, simplesmente morriam. A razão é que eles não tinham em sua filosofia o conceito de futuro, eles só conheciam em seu raciocínio o passado e o presente, e ao se verem numa cela, apenas viam o que perderam e pensavam que o inferno era definitivo, e simplesmente escolhiam morrer.

É errado se apoiar em noções de vida pós morte e reencarnação para validar sofrimentos nesta vida e esperar recompensas na outra, porque o presente se esvazia, fica sem sentido. Para que trabalhar agora, se esforçar para mudar as coisas e suportar o que for inevitável, se a recompensa virá depois da morte?
Acreditar no fluxo de energia universal que tende sempre ao equilíbrio é viver esta vida de acordo com este universo, com esta perspectiva, com a leis da natureza de que fazemos parte enquanto estamos vivos deste lado.

O outro lado é um outro lado, com suas próprias leis.

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