sexta-feira, 18 de setembro de 2009

cantando a primavera


Hoje pela manhã tivemos o primeiro ensaio do coral de cigarras, que deve atravessar boa parte da primavera em atividade... ainda há poucas delas, talvez o vôo que trará as outras cantoras tenha se atrasado....

Uma cigarra, tirando a imagem de cantora inutil que as estorias infantis contrapõe à industriosa imagem da formiga, é uma criatura ímpar. Como ninfa, fica 2, 13 ou 17 anos ( conforme a espécie) enterrada na camada superficial da terra, até que sai de lá e cria asas... para logo depois se grudar num tronco, começar a cantar furiosamente, achar uma fêmea e morrer, tudo num tempo recorde ( isso mesmo, é o cigarro que canta, as fêmas são silenciosas).
Se usássemos o critério de que o período de vida maior duração de um animal metamórfico decide qual sua aparência principal, a cigarra seria uma ninfa, porque passa menos de 1% de sua vida inteira na forma adulta, exatamente como o Axolotl é uma larva ( que muitas vezes nunca chega à vida adulta) e não uma salamandra.

Nesta coisa de ensaio e erro, o processo evolucionário da natureza criou certas criaturas com vidas bastante desconfortáveis, ou aparentemente sem sentido. Vide os tais pinguins daquele filme que faz criancinhas chorarem, que andam quilômetros para lugar nenhum, ficam 3 meses sem comer, andando em círculos no gelo ( porque se parar, morre instantaneamente) e equilibrando um ovo... pra depois tentar voltar até a costa, coisa que apenas 3% deles consegue.
Tem também os lemingues, que formam bandos de milhares e simplesmente vão em direção a um despenhadeiro e se atiram ao mar, porque parece que têm uma memoria genética de que havia alguma ilha ali adiante, que hoje não há mais... muitos doidos pró Atlântida juram que eles moravam lá e continuam tentando voltar para casa.... sinceramente, acho que os doidos deviam seguir os lemingues e ajudar a procurar!

Existem outras criaturas estranhas, meio sem propósito, sem função definida, e de futuro duvidoso, que tambem devem fazer parte deste imbroglio evolucionário.... e podem ser eliminados daqui a milhares de anos pela mãe natureza.

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