quarta-feira, 10 de junho de 2009

Grande Irmão II

Caiu em minhas mãos um artigo do Estado de São Paulo de 17/06/2008, onde mais uma vez a impunidade da liberdade de publicação na internet é retratada.

O colunista Arnaldo Jabor intitulou o artigo " Há um "sub-eu" rolando na internet."
Eis alguns extratos:

" Ando pela rua e pessoas me abordam: Adorei seu artigo que está circulando na internet. Pergunto já com medo que artigo? Esse texto genial A Mulher Impulsiona o Mundo. Não me aguento e digo: voce acha que eu ia escrever uma bobagem destas? aí o admirador do texto apócrifo, fã de um Jabor " virtual" protesta.... ... e vira meu inimigo para sempre."
" Já reclamei destes textos apócrifos, mas tenho que me repetir. Não dá mais. Todo dia surge na internet uma nova besteira, com dezenas de emails me elogiando pelo que eu não fiz."
" A internet é a VALA COMUM dos autores; lá sou amado como uma besta quadrada, um forte asno (dirão meus inimigos: ele se encontrou). Dentro da web sou campeão de lugares-comuns ..."

São atribuídos a Arnaldo Jabor textos épicos ( Ode aos gaúchos), outros sobre os universos feminino e gay, e até críticas políticas graves, deturpadas e ignorantes, que bem poderiam ser até obra de inimigos dele.

ele finaliza: " Ou seja: admiram-me pelo que eu teria de pior; sou amado pelo que não escrevi. Na internet eu sou gay, machista, homofóbico, idiota, corno e fascista.
É bonito isso? "

Não é possível que não haja nenhuma forma de controlar a internet... não acredito nisso tendo em vista a capacidade tecnológica e criativa do mundo da informática atual.
Não é possível que a polícia não consiga descobrir e punir autores de sites feitos para denegrir a imagem das pessoas com calúnias.

A internet é a coisa mais poderosa que existe hoje no globo, ela é capaz de subverter populações, derrubar o sistema financeiro (lembra do vírus I Love You?), dependendo da manipulação poderia até derrubar um governo ou causar pânico mundial!
A própria globalização que ela ampliou se tornou o maior ponto fraco do mundo, ele cai em cascata numa velocidade impossível de conter, como um jogo tétrico de dominós.
E o pior, ela é formadora de opiniões, a massa não para e pensa se o que leu em spams é verdade ou a quem interessa a informação.
É como o poder de um grande jornal sem a limitação da tiragem e da identificação editorial, que pode ser punida por divulgar informações falsas ou tendenciosas!

Qualquer um poderia com um photoshop criar uma materia falsa de primeira página por exemplo do New York Times, alterando apenas corpos de texto ou imagens, e divulga-la pela rede causando todo tipo de problemas no mundo inteiro, e quando o verdadeiro NYT se manifestasse, quantos acreditariam nele? Quantos apagariam da memoria os efeitos da informação desvirtuada?

Quando o homem teve nas mãos o poder atômico, ele passou por uma crise de poder X culpa, mas havia os efeitos materiais da detonação a considerar, e no fim, apesar de haver um arsenal de milhares de bombas ( que poderiam destruir o mundo todo... várias vezes... hellooouu dá pra ser mais burro que isso? sempre desconfiei do termo "inteligencia" militar ) nunca houve um disparo.

Será que o homem percebe agora que tem nas mãos um arma perfeita, fácil de usar, acessível em qualquer boteco, que não pode ser rastreada, pode derrubar governos, manipular massas, mudar o rumo de investigações e de processos judiciais, quebrar empresas e fraudar o sistema financeiro , alterar o resultado de eleições com boatos, sem ter seus efeitos materiais comprovados e punidos?

Somos todos em alguma instância refens da internet... precisamos dela para trabalhar e para contactar entes queridos, mas por ela podemos ser atingidos a qualquer momento pelas coisas mais inimagináveis, como conscientizar os usuários do risco?
Como nossos adolescentes e universitários podem ter capacidade de avaliar a fonte das informações coletadas em pesquisas antes de basear nelas conclusões?

Para completar, recebi hoje um email da " Receita Federal" que queria conversar comigo e continha um arquivo .exe preparado para invadir meu computador.
Deve ter sido o quinquagésimo este ano.

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