A morte de Michael Jackson parece ter detonado uma avalanche de histeria e excessos de louvores, mas não se pode negar que foi um dos personagens do século.
O pobre menino rico, traumatizado por violência e abusos na infancia, que carregou além do enorme talento musical o peso das assombrações do passado, da infancia não vivida, da negação da raça e da própria aparência.
Acho que se realmente existiu um fantasma na Ópera de Paris, vivendo no subterrâneo, deformado e atormentado pelo isolamento, talentoso e apaixonado, ele bem poderia ter sido Michael Jackson.
Partes importantes da nossa vida foram coloridas pelos acordes de suas músicas, e ao ouvi-los agora neste frenesi fúnebre, boas e más lembranças são resgatadas, pedindo para ser relidas.
É interessante notar que os mesmos veículos que tecem louvores e memoriais não hesitaram em sorver as últimas gotas do sangue dele para fazer notícias e dinheiro, criando e ampliando escândalos, e os amigos agora vão promover eventos de tributo ao cara com quem não queriam ser vistos pouco tempo atrás.
A fama é um teste ácido e terrível. Quem não tem maturidade ou alcance para vive-la não sobrevive a ela, por mais talento que possua, o grande teste é: voce a possui ou ela possui você?
viva o anonimato!
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