segunda-feira, 15 de junho de 2009

Lei dos Ciclos


Esta imagem de uma serpente que morde a própria cauda (Ouroboros) era no livros de alquimia o símbolo dos ciclos, das coisas que emendam um final e recomeço.

Na natureza tudo tem ciclos, até as civilizações, e psicologicamente a vida do homem tambem tem ciclos de produtividade, de relacionamentos, profissionais, etc.
Aquele ditado antigo que dizia " não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe" refletia as posições de cima e de baixo dos ciclos.
Enxergar os ciclos em nossa própria vida não é facil, mas é terapeutico. Permite entender porque de repente não deu certo um relacionamento ( há que se combinar os ciclos de 2 vidas), ou porque às vezes atingimos objetivos e não sentimos nada além de um vazio... que já está gerando um novo ciclo de busca. Os ciclos profissionais e emocionais trazem desafios e crescimento.
O mais difícil de todos é o ciclo da saúde... lembrar-se de que aos 20 se podia fazer tudo, comer tudo, esperar tudo e ver depois de 50 anos que se tem mais limitações do que diversões físicas é complicado. O espelho, implacável, mostra sinais do tempo e de proximidade de um final de ciclo, a vontade já não é a mesma, nem a memória...
Um escritor e orador romano, Cícero, descreveu à perfeição esta fase de vida no magnífico " Saber Envelhecer" : Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons. É portanto ao caráter de cada um, e não à velhice propriamente, que devemos imputar as lamentações. Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a velhice, ao passo que a acrimônia, o temperamento triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade.”
A vida na Terra tem ciclos hoje reconhecidos como Eras antigas, onde o clima e as criaturas viventes eram completamente diferentes dos de hoje. Precisamos olhar com cuidado os ciclos da Terra, para escapar à visão alarmista e de fundo comercial que fazem do aquecimento global. A moda é por a culpa de tudo no CO2 produzido por atividades humanas, e se criou um cultura e uma economia toda baseada neste alerta, sem olhar para trás e analisar ciclos passados. Quando os vikings colonizaram a Groenlândia, ela era uma terra quente, de clima subtropical, eles formaram fazendas e criaram animais onde hoje só existe gelo, e nesta época havia no ar bem menos CO2 do que hoje. No século XVI houve uma pequena era glacial, se podia caminhar de manhatan até onde hoje está a Estátua da Liberdade pelo rio Hudson e mar congelados, e na Europa se podia andar da Normandia até a costa britânica sobre o gelo... neste período, havia cerca de 4 vezes o teor de CO2 existente hoje na atmosfera. A Terra tem ciclos que oscilam calor e frio, e podem ser simplesmente... normais! É válido reciclar, reutilizar e reduzir para evitar intensificação dos problemas, mas os ciclos da Terra não vão deixar de existir!
Uma pessoa que tem noção dos ciclos é capaz de ver a própria vida com menos desgaste e mais possibilidades, e de ver quando estão exagerando sobre um problema que vai passar, ou é natural que aconteça. Reconhecer e aceitar os ciclos é um daqueles casos em que o conhecimento liberta. Querer remar contra a corrente dos ciclos pode até dar certo após muito desgaste, mas não por muito tempo. Um dos presentes que a idade traz é poder olhar posições e atitudes que tomamos décadas atrás e ver depois de vários ciclos que os problemas desvaneceram, as angústias eram infundadas e alguns dos valores que nos sacrificaram eram até ridículos.
Um trecho sublime de Sidharta (Hermann Hesse) resume bem o ciclo da vida:
" Bem, pensou ele, visto que todas as coisas passageiras fugiram de mim, estou outra vez sob a luz do sol, tal como certa vez, quando era criança: nada é meu, nada posso fazer, não tenho nada e nada aprendi. Como isso é admirável!
Agora que meus cabelos estão ficando grisalhos e que as forças me abandonam gradativamente, começo tudo outra vez, como uma criança!
Sorriu outra vez... sua vida ia se aproximando do fim, e eis que estava outra vez diante do mundo, vazio, nu e tolo. Mas não sofria com isso, sentia até mesmo um grande desejo de rir de si mesmo e de todo esse mundo louco."

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