quinta-feira, 19 de novembro de 2009
banco de igreja
Esta sequencia de fotos representa uma visão circular que eu tenho do meu banco de igreja... da esquerda total (primeira foto) até a direita total (quarta foto).
Uma vez Einstein disse, quanto a religiões: "O ideal será o dia em que existirem tantas religiões quanto homens na Terra".
Modifico as palavras dele para definir minha crença: " Posto que Deus é único, seja lá qual o nome pelo qual o chamem, o ideal será o dia em que existirem tantas igrejas quanto homens na Terra."
Cada um vê Deus em lugares diferentes, fala com ele de jeitos diferentes e sem precisar de intermediários, e cada homem em si é um templo, um círculo sagrado, um altar, portanto em qualquer lugar que ele se sentar para contemplar Deus, estará em um banco de igreja, porque afinal Deus está em toda parte, em cada criatura, no vento que sopra o rosto e na chuva que molha a terra.
Os povos nativos norte americanos têm uma crença interessante, de que cada homem tem seu "lugar de poder". Um lugar de poder é onde ele percebe Deus, se comunica com ele e pode buscar orientação e fortalecimento. A água corrente sempre foi reconhecida como fonte de poder ( mais intenso ainda em cachoeiras), e a natureza, o verde, vibram o poder maior, o do crescimento, nascimento, variedade, vitalidade e permanencia. Porisso na grande maioria das vezes as pessoas que são sensíveis percebem locais de poder onde há água em abundancia, muito verde e pequenas criaturas da natureza.
Nas caminhadas diarias, lá no fim da outra margem do rio, existe um barranco, onde fizeram um banco de madeira para os pescadores se sentarem.
Lá é meu "lugar de poder", minha "igreja", o lugar onde para qualquer lado que eu olhe eu vejo Deus e me sinto amparada.
No inverno, lá pelas 6 da manhã, a neblina cobre tudo e não se consegue nem ver o banco... e fico ali sentada, até o véu branco e sutil da neblina revelar de novo as imagens da margem oposta e das árvores altíssimas.
Agora no verão a qualquer hora em que se caminhe o sol castiga, e o banco representa o refresco, a sombra e a proteção para um descanso breve, um momento de oração ou algum tempo de leitura. Na época de calor as aves estão muito mais presentes, todo tipo de canto é ouvido ao mesmo tempo, os cachorros que ficam soltos na rua descem até o rio de manhã e tomam banho, brincam na água e saem felizes.
Esta manhã eu lia no meu banco de igreja sobre o Terceiro Arcano do Tarô, a Imperatriz, e estudava o desenho da carta. Sentada num trono próximo da água, ela representa a união dos opostos, macho e femea, positivo e negativo, que produz em todas as instancias da natureza a geração de vida, de matéria e a sobrevivencia. Ela é representada como uma rainha madura, de cabelos longos, vestida de verde, segurando nas mãos um cetro feito de um galho rústico de árvore, com pássaros voando ao redor da sua cabeça e pequenas flores brotando aos seus pés e lhe adornando os cabelos. Olha com confiança para a frente, encarando o espectador da carta, disposta a lhe revelar soluções e lhe dar esperança no meio daquele mundo tão completamente verde, vivo, com sons e cheiros que só existem ali.
Na árvore da vida da kabbalah, a Imperatriz fica na "trave" horizontal que une Chockmah e Binah, os princípios masculino e feminino com os quais se criou o mundo e cuja união constante o mantem.
Aquela trave ou aquele trono se parecem demais com o "meu" banco.
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