sábado, 21 de novembro de 2009
linguagens
Linguagens existem no nosso Universo em toda parte, mesmo entre animais, e refletem até certo ponto o grau de evolução.
Além das palavras e línguas diferentes, existem outras trocas de informação e raciocínio que se fazem através de sinais, sons, gestos, e tambem são linguagens.
Existem línguas curiosas em termos étnicos, como a Basca, de que ninguem sabe a origem; a dos povos Karajás do brasil, em que homens e mulheres falam idiomas diferentes.
Existem línguas interessantes em termos de variedade, como o Silbo Gomero, uma língua complexa de assobios com que os habitantes das Ilhas Canarias se comunicam nas montanhas.
Existem línguas criadas artificialmente, como a linguagem dos sinais para surdo-mudos, línguas que misturam idiomas diferentes como a Língua Geral do Brasil colonial, o Esperanto moderno, a lingua do P da nossa infancia, as gírias e as linguagens da informática e das ciencias, como o economês.
Existem linguagens que são básicas, e formam todo o conjunto de conhecimento do Homem,como a matematica e a musica.
E existe a linguagem corporal, a expressão do pensamento e das emoções através do corpo, da postura, das atitudes.
A linguagem simbólica, embutida na Mitologia e em outras artes e ciencias, inclusive nos logotipos.
Tantas línguagens, mas e a comunicação?
Comunicação é uma coisa diferente de falar uma língua. A gente se comunica com pessoas proximas pelo olhar, pelo tom. Conhecer um texto não significa compreende-lo em todo seu potencial.
Os mal entendidos e erros de comunicação são a cruz da linguagem, seu pior pesadelo.
Qualquer que seja a linguagem utilizada, ela depende de 3 estágios de absorção para que seja efetiva:
- conhecimento
- compreensão
- sabedoria
Se eu disser: "mais forte que a madeira mais nobre é o bambú, que sabe se vergar diante dos ventos e sobrevive", um velho aforismo taoísta, pessoas diferentes podem:
- conhecer o ditado e repeti-lo, escreve-lo, le-lo
- compreender a metáfora / alegoria implícita, de que o homem radical é a árvore, e o homem sábio o bambu
- atingir a sabedoria que o texto contem, aplicar esta sabedoria em sua vida e suas relações com outros homens, ser flexível e persistente.
Uma criança, bombardeada pela mídia, pode conhecer e decorar a letra de uma música funk de conteudo erótico, e repeti-la sem compreender o que está dizendo.
Um adulto acadêmico pode ler centenas de livros sobre um tema, resenha-los, comenta-los, mas nada garante que extrairá dali alguma sabedoria que o transforme em uma pessoa melhor.
O mesmo se aplica à Bíblia, ao Al Corão e tantos outros textos que fundamentam fés, segregações e até guerras. Há pessoas que os decoram e repetem como papagaios, certas de que estão falando A verdade, sem nem entender em que contexto ela se aplica. Há pessoas que fazem deles tema de estudo acadêmico, analisando a grafia, gramatica, tradução, edições...
Estes textos antigos passaram por tantas traduções erradas, versões e edições que os mutilaram, deformaram, modificaram, que não se sabe qual é a verdadeira afirmação que a linguagem original fazia.
As pessoas deviam pensar nisso antes de tomar como sentenças tudo que está contido ali, deviam ter certeza que "alcançaram" o conteúdo e a intenção original de quem escreveu, a sabedoria.
Linguagem não adianta nada sem sabedoria, e pode ser crucificada e sepultada rapidinho por um mal entendido.
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