terça-feira, 24 de novembro de 2009

poder das mulheres


Dia cinzento, não dá pra fazer muita coisa....



Hoje de manhã estava lendo o eterno livro de Kabbalah, aquele que já faz 20 anos e ainda não entendi tudo o que devia...

Depois de tanto tempo, tantas releituras e de sublinhar o livro quase inteiro em cores diferentes (mea culpa, eu escrevo em livros!), é impressionante que de repente surja uma revelação, uma nova observação, uma nova questão a ser trabalhada.... mas kabbalah é isso, um assunto para se estudar a vida toda, e depois continuar na proxima.


Notei que na Arvore da Vida, o esquema basico do universo de acordo com a kabbalah, a esfera relacionada a Vênus fica no lado masculino (ativo - polaridade positiva) e a esfera relacionada a Marte fica no lado feminino (passivo - polaridade negativa).

Raios! uma discrepância de raciocinio tão flagrante...


Se formos pensar bem, o arquétipo feminino só é fragil quando convem.
As mulheres amadurecem mais cedo, teem maior tolerancia à dor e ao desespero, e em relações bem estabelecidas conduzem o relacionamento, ainda que de forma velada (não sei, no entanto, como fica isso nessa nova era de ser "ficante", "peguette" e "estar pegando"...).

O fato é que em relações duradouras em geral a mulher comanda o andamento da casa, da vida, da rotina, da vida social e dos objetivos.

As deusas antigas, cada uma delas a personificação de um tipo de mulher ou de uma circunstancia, todas elas teem mais força do que fragilidade, seja o arquetipo da donzela, da mãe ou da anciã.
Hera, Athena, Hecate, e a própria Afrodite, todas elas tinham o poder de decisão nas mãos, e muitas vezes ludibriaram Zeus, o cara que "se achava", o "pegador".


O outro pólo, Marte e o arquétipo da masculinidade, vistos de outra forma, encerram a força bruta, mas que em geral é comandada, dirigida. Nenhum soldado tem autonomia. Mesmo os generais têm um comandante em chefe. É a força que precisa estar sob controle para ser produtiva, do contrario a beligerancia é destrutiva.

É perceptível que ao morrer a mãe o lar se esfacela, enquanto que se morrer o pai o lar ainda continua unido e funcional.

Não estou aqui fazendo a apologia do feminismo, porque acho isso idiota, estou apenas analisando porque a sabedoria tão antiga e abrangente dos kabbalistas colocou a mulher e a feminilidade como o poder de ação e de criação, e o homem e a masculinidade como o poder da reação e destruição.
Acho que desde a adolescencia as iniciativas nos relacionamentos estão nas mãos das mulheres, ainda que de forma disfarçada.

Enfim, uma certa estrofe de uma das minhas músicas preferidas passou a fazer todo sentido:



DONA (Roupa Nova)
composição: Sá & Guarabira

Dona desses traiçoeiros sonhos, sempre verdadeiros
Oh Dona, desses animais, Dona, dos seus ideais

Pelas ruas onde andas, Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros, Esperando tua voz

Teus desejos, uma ordem, Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza, Dentro do teu coração

Tan, tan, tan, batem na porta, Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência, Do teu pulso de mulher

Um olhar me atira à cama, Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo, Porque sei que és minha Dona!!!

Dona desses traiçoeiros, Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais , Dona dos seus ideais

Não há pedra em teu caminho, Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade, Que te impeçam de voar

Entre a cobra e o passarinho, Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho, Nos carregam pela mão

É a moça da Cantiga, A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga, Outras nossa perdição

O poder que nos levanta, A força que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe, Que isso tudo te faz

Dona!
Oh Dona...
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