quinta-feira, 21 de maio de 2009

ver estrelas....

Alguns dias atrás recebemos no retiro a visita de um astrônomo, que teve a delicadeza de vir à nossa rua na beira do rio que é muito escura para nos mostrar figuras reconhecíveis no céu.

Foi um deslumbre, o gigante Órion estava caminhando no horizonte enquanto o centauro avançava em sua direção... de repente aquelas luzes mágicas tinham nome, identidade, e para quem conhece mitologia tinham até uma biografia... Berenice procurava sua cabeleira perdida enquanto Sirius aguardava sua vez de nascer no horizonte do Egito para marcar a estação das cheias...

Alguém sabe porque a gente fica com lágrimas nos olhos e um nó na garganta quando se põe a observar as estrelas? Que tipo de memórias elas arrancam das nossas entranhas? Porque vivemos à margem deste show diário sem reparar?

Estas são as Plêiades, conhecidas dos gregos como " as 7 irmãs que choram" . O fato curioso se deu quando a Tchuzinha lembrou que estando no EUA ficou sabendo que os brancos enxergam 7 estrelas maiores, mas os indígenas americanos conseguem ver apenas 6 delas, por alguma característica genética que afeta a conformação da retina....

E que estranha linha de tempo essa, que nos permite ver a luz de estrelas que já morreram há milhares de anos? Luz do passado, será por isso que nos provoca melancolia?

Bom, isso é a vida no retiro, lua nova na beira do rio, coral de sapos e grilos, o mesmo céu que abraça o mundo inteiro é mais apreciado aqui, a estrela que passa agora sobre a minha cabeça vai alcançar voce logo logo (e pasme, você ou eu podemos estar vendo mais estrelas ou perdendo alguma estrela por aí, mas elas não ligam a mínima.)

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