sábado, 2 de maio de 2009

libélulas

Eu amo libélulas... nem sei dizer desde quando, e ao que parece elas me amam tambem, vivem me seguindo, às vezes até voam na frente do meu carro em movimento como se fossem golfinhos alados procurando a direção a seguir. Até o nome ingles eu gosto, dragonfly, dragões teem tudo a ver comigo. Libélulas.. lembram delizadeza, impermanência, parar no ar por um momento fugaz para lembrar a gente que nenhuma posição é duradoura, a delicadeza das asas rendadas e de brilho nacarado dificilmente pode ser capturada em pinturas, exceto por este artista japonês do seculo 15.

Elas preenchem o conceito de beleza de Shibumi, outra coisa admirável na estética japonesa, onde o simples é o mais belo... se tivessem asas escandalosamente coloridas como as borboletas não seriam Shibumi. Outro dia uma delas me seguiu na minha caminhada diária, e quando abri a porta de casa ela entrou como se fosse dona do lugar, sofri para conduzi-la sem danos para fora, querendo muito dentro de mim que ela ficasse "morando" aqui.

Li por aí que a libélula é o inseto símbolo do Japão, lá elas são chamadas Akitsu e as pessoas fazem laguinhos onde podem para atraí-las, visto que são símbolo de pureza e de sorte. Pureza, porque elas servem como indicadores de locais não poluídos, de águas limpas e potáveis. Uma das ilhas japonesas se chama Akitsu.

Mas o inusitado é que estas criaturas delicadas simbolizam na leveza, a resistencia. As libélulas mudaram muito pouco nos últimos milhões de anos, parece que foram criadas perfeitas e resistiram às mais extremas mudanças climáticas, por trás de aparência tão frágil existe uma força renitente que se impõe. Esta libelula em ambar tem 45 milhoes de anos.... não mudou quase nada.


Curioso, este nosso Criador, que dispensa rascunhos em tarefa tão complicada. Artista mestre.

Os nativos da nação ZUNI norte americana acreditam que as libélulas são presenças de um espírito que protege crianças maltratadas, que as ajuda a recuperar um modo de vida que foi tirado delas, a infancia perdida.  O livro Children of the Dragonfly, de Robert Bensen traz realtos de crianças nativas que foram tiradas das familias e trasferidas para crescer em outra cultura,  e fala tambem  do conceito de adoção nativo americano que é muito amplo e benevolente.

Sempre que acho alguma coisa que tenha design de libélulas me sinto atraída a uma compra desnecessária... Um dia vou fazer uma tatuagem delicada de uma libélula, para preservar de forma indelével esta aliança. Posso não ter a leveza, mas com certeza tenho a resistencia delas.

Adendo de Dezembro de 2011: finalmente criei coragem e fiz minha tatoo de libelula, no ombro esquerdo. Ficou linda, um traço rendado complicado que só o mestre Selva de Campinas podia fazer...


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