sábado, 9 de maio de 2009

herança genética


Recebi novas informações sobre minha bisavó Carolina Ferraz, da região de Jaú, casada com o já celebrado bivô Jorge...

Filha de um fazendeiro de café, aos 15 anos se casou com o bivô Jorge, recém chegado do Líbano. A garota se apaixonou pelo estrangeiro que vinha negociar terras com seu pai, e embora não apreciasse muito a ascendência dele se casaram em 1895, uma situação nova para a sociedade da época, e tiveram 15 filhos. Esta situação nova, integrando um imigrante estrangeiro à sociedade e família tradicional paulista gerou um fato incomum: ao invés de dar aos filhos o sobrenome árabe da família dele, ela adicionou ao nome dos filhos (mesmo as meninas) o primeiro nome dele, Jorge, e depois o sobrenome dela, Ferraz.
Para a época, ela era muito moderna... fumava, montava a cavalo sentada como os homens e não de lado, conferia os trabalhos da fazenda , pagava os empregados e inclusive embarcava com o café que seguia para Santos num caminhão, junto com eles.
Tinha um gênio muito difícil, passava às vezes dias trancada num quarto. Andava armada pela fazenda e não acredito que alguém duvidasse que ela atiraria.
Acho mesmo que ficavam morrendo de medo quando ela estava de mau humor.
Mão de ferro para educar os filhos, aquele que desobedecesse era deixado somente com roupas de dormir (que na época pareciam camisolas), para que não saísse de casa.
O primeiro automóvel da região foi dela, um Oldsmobille que somente ela dirigia e que seu filho, meu avô Antonio Jorge pegou "emprestado" e bateu numa árvore.
Chiquésima, mandava buscar vestidos e chapéus em Paris e passava suas tardes bordando tapeçarias, seu traje de montaria incluía saias-calça moderníssimas para a época, chapéu e luvas. Nunca foi afeita às prendas domésticas.... as crianças eram cuidadas pelas mucamas, e mesmo quando os netos nasciam ela fazia apenas uma breve visita de 15 minutos e pronto, seu parquimetro de contato com crianças expirava.
Morreu cedo, aos 50 anos, deixando 9 filhos vivos e o marido.

Detalhe: a Fera tinha menos de 1,50m de altura... aquele ditado que diz que nos pequenos frascos se guarda os melhores perfumes e os piores venenos se aplica.

Outro detalhe: melhor não fazerem comentários tipo "voce teve a quem puxar"


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